Semana passada rolou a 2° edição da Semana de Atenção a Saúde e Alimentação Infantil na internet, esta repleto de boas palestras sobre alimentação saudável totalmente online e free, super bacana, na minha correria de mãe consegui me organizar e assistir algumas palestras e foi justamente nesse clima de alimentação saudável que decidi escrever o post dessa semana, trocando algumas idéias com vocês sobre o movimento que tem ganhado força nos últimos anos referente a alimentação infantil.
Há uns 10 anos atrás o grande vilão dos bebês era a desnutrição, muitas crianças morriam de fome, graças a Deus com muitas campanhas e empenho de muitas partes se conseguiu mudar esse quadro, mas hoje os tempos são outros e estamos enfrentamos outro vilão, a obesidade infantil. Cresce cada vez mais os casos de crianças com 10,12,13 anos apresentando quadros de diabetes, colesterol alto, pressão alta, obesidade, doenças e diagnósticos que até então eram exclusivos dos adultos, e portanto isso é muito preocupante! Na real é um alerta de que as coisas não vão bem, e se continuarmos seguindo como se nada tivesse acontecendo as coisas tendem a piorar muito…
Um adulto que fez suas escolhas e optou por ter um alimentação ruim mesmo com tanta informação a disposição, mostrando o quão maléfico é uma alimentação ruim, a gente pode até não concordar mas é um adulto que tem a capacidade de escolher e decidir o que fará com sua própria vida, ok! Mas quando isso se trata de crianças a situação muda de figura, porque crianças são influenciadas pelos adultos, elas não tem noção do que é ruim ou bom para sua saúde, não dispõem da informação na íntegra como um adulto e portanto é quase um crime incentivar e auxiliar hábitos ruins de alimentação que irão a médio e longo prazo trazer consequências seríssimas para essas crianças! É quase um crime! Sim, isso mesmo, crime! Pois no momento que você tem a informação e decidi simplesmente ignorá-la você está cometendo um crime para a sua saúde e principalmente para a de seu filho, que depende exclusivamente de você!
Portanto hoje quero chamar a atenção dos pais em relação aos hábitos alimentares de seus filhos, de suas famílias. Apesar de haver muitas exceções a responsabilidade como um todo sobre a alimentação da família recai sobre a mulher, ela acaba por ser praticamente a única responsável por cuidar das refeições da família, e então até que as coisas mudem o recadinho vai para as mamães de plantão… vamos ter uma mente mais consciente em relação a alimentação das nossas famílias, ok?! Não vamos mais ignorar de que se nossos filhos comerem tudo que é porcaria (entenda aqui tudo que não tem valor nutricional nenhum para seu filho) a hora que quiserem que isso não tem problema nenhum, que está tudo bem! Está tudo bem nadaaaaaaa….
O fato é que cada vez mais há um apelo nas propagandas infantis para o consumo dos ultraprocessados pelas nossas crianças, com a grande mentira que são alimentos feitos especialmente para elas, MENTIRA!
Alimento de criança se compra na feira, são frutas, verduras e legumes bem fresquinhos é comida caseirinha feita em casa e não comprada congelada!
A verdade é que nós como mães podemos dar muitas desculpas, eu dava várias mas o fato é que para mudar é preciso decisão e determinação. Eu não sou a xiita, nem maníaca, ou contra glutén, amo gluten por sinal…kkkk… mas sempre tive uma certa conscientização pela alimentação saudável pois durante muitos anos acompanhei bem pertinho a luta da minha querida vozinha (que hoje está com Jesus), contra a diabetes, o colesterol alto, e tantos outros problemas de saúde que a afligiram no fim de sua vida, devido a alimentação ruim durante a maior parte de sua vida… com ela aprendi que o que plantamos, colhemos!
Seja bom ou ruim, a semeadura é opcional mas a colheita é obrigatória…aprendi com ela (já no fim de sua vidinha) a gostar de comer ricota (sim eu amo ricota!), aprendi a comer pão integral e a gostar… com ela aprendi a fazer meus exames anualmente desde que eu era adolescente, sempre fui a mais preocupada com essa questão de alimentação e saúde na minha família e quando me casei levei isso comigo… é claro que no início do casamento é aquela festa a gente come de tudo, só porcaria, é uma vida boa de fast food mas um dia isso acaba e a gente se dá conta que não pode ser irresponsável a vida toda… então passamos a cuidar da nossa alimentação mas claro com direito a algumas escapadinhas culinárias de vez enquando.
Até que quando engravidei da minha filha Beatriz, tive o diagnóstico de diabetes gestacional, fiquei arrasada, mas juntei forças e com apoio do meu querido marido entrei de cara na dieta restritiva e mantive uma alimentação regrada até o fim da minha gestação, não queria de maneira nenhuma pensar que minha filha poderia ter alguma sequela ou problema por minha causa, de jeito nenhum…. naquele momento eu dei início há mais algumas mudanças na nossa alimentação mas foi só com a introdução alimentar da minha filha por volta dos 6 meses que eu realmente me conscientizei e decidi mudar mesmo…de maneira nenhuma eu gostaria de deixar para minha filha, meu marido um legado de doenças e problemas derivados de uma má alimentação, pelo menos no que dependesse de mim, eu queria poder fazer a diferença na vida deles por isso decidi me informar, decidi buscar conhecimento e me empoderar da alimentação saudável da minha família.
Descobri que a maioria dos médicos pediatras não te dão muito apoio nessa questão, na hora de fazer a introdução alimentar eles não te informam corretamente, há muita informação ultrapassada, há muita desinformação por parte dos pais, há muita distorção da verdade, muitos mitos que ainda circulam e pouca informação verdadeira… isso está mudando graças a Deus, mas infelizmente há uma longa jornada pela frente ainda. Parte das coisas andarem a passos pequenos é porque nós não queremos mudar! Está bom como está, e queremos manter dessa forma, na verdade bom, bom não está mas é mais cômodo, afinal toda mudança trás com ela muito trabalho…
Vamos a feira raramente, oferecemos alimentos industrializados e ultraprocessados para nossos filhos com a desculpa que é coisa de criança, que criança precisa ser feliz e comer salgadinho, biscoito, bala, chocolate, que criança que não come chocolate não é feliz, que nós (adultos) sobrevivemos comendo tudo que é tipo de porcaria na nossa infância então nossos filhos também vão sobreviver… damos desculpas que não temos tempo para cozinhar porque a maioria das mães trabalha fora, então é mais fácil comer comida congelada, e por aí vai uma série de desculpas que damos para nós mesmas para de fato não nos responsabilizarmos por oferecer a nossa família uma alimentação de fato adequada. É claro que dá trabalho, é claro que demanda tempo, mas essa é o tipo de mudança que faz bem, que traz benefícios, que agrega, que ajuda, que promove coisas boas, então vale a pena, vale a pena o trabalho, o investimento de tempo e esforço, acredite simplesmente vale a pena!
E vamos começar por onde?!
- Primeiro, buscando informação! Seja através de uma consulta com um nutricionista, seja participando de palestras, lendo artigos e notícias, buscando leituras sobre os diversos assuntos que compõem esse tema, enfim, o primeiro e mais importante passo é buscar informação, decidir não se conformar com o que a mídia fala para nós através de propagandas abusivas, buscar saber o que é cada item dos rótulos dos alimentos que nossos filhos estão consumindo e ver o impacto que eles causam em suas vidas…com isso certamente algumas “luzes” vermelhas vão se acender para você, e é bem aí que começa a mudança!
- Se organize, pois não há nada melhor do que oferecer para sua família uma comidinha caseirinha, se você não tem tempo para cozinhar todos os dias, escolha um dia para poder cozinhar e congele, assim você sempre terá a mão uma comidinha saudável para sua família de uma forma mais pratica.
- Busque novas receitas: Desde que a Beatriz deixou de comer as papinhas para comer junto com a gente, digo a nossa comida (por volta de 1 ano), passei a fazer comidas mais responsáveis, certamente aumentou minhas idas a feira, e a procura de alimentos mais saudáveis… oferecer um cardápio variado e gostoso se tornou um dos meus objetivos todos os dias.
- Faça feira: Procure ir toda a semana a feira e comprar alimentos frescos para sua família. Opte pelos legumes, verduras e frutas da estação que são mais saborosos e também mais baratos e geralmente com menos agrotóxicos;
- Alimentos tem idade para serem oferecidos: Como o mel, que só pode ser oferecido após o 1 ano com risco de botulismo… outros alimentos como chocolates, salgadinhos, etc.. não podem ser oferecidos antes dos dois anos de idade; Se informe a idade certa para oferecer cada tipo de alimento para seus filhos.
São pequenas dicas, mas lembrando que toda grande mudança começa com pequenos passos…sou a favor de que as coisas aconteçam de forma gradativa e natural, sem mudanças bruscas pois assim tanto você como sua família poderão juntos aprender e desfrutar de uma alimentação mais saudável!