Sabe aquele momento em que você esta passeando com a tua filha em um shopping e vem aquela senhora que você nunca viu na vida e fala:
– Nossa, como ela é bonitinha, parece o pai – E ela começa a pegar na tua filha.
Eu quero gritar com essa pessoa, infelizmente o senso comum de educação não me deixa. Mas eu quero gritar:
– Ela não é domínio público! Tu sai encostando em qualquer pessoa que tu acha bonitinha na rua? Eu sei lá onde tu colocou essa tua mão? Tira a mão dela agora ou tu vai ter que aprender a falar fofo!
No final das contas eu simplesmente tento sair o mais rápido possível com a minha filha dali e não dar muito papo. Mas o que as pessoas em geral esquecem é que muitas vezes a criança acabou de se recuperar de uma gripe, bronquiolite (nosso caso) ou qualquer outro tipo de doença, e o mínimo contato com alguém que esteja ruim pode fazer tudo voltar novamente e eu vou ter que ficar mais noites sem dormir para cuidar das pequeninas.
Mas eu acho que tem algo mais escondido nesse sentimento de posse que temos pelos nossas filhas. É aquela vontade desesperadora de proteger ela do desconhecido, de evitar qualquer tipo de perigo. Temos um sentimento de posse com os nossos filhos, e não me entenda mal, eu acho isso uma coisa boa, é o que nos mantém alimentando uma criaturinha que só vai conseguir dizer o teu nome depois de uns 2 anos.
Quero desesperadamente proteger as minhas filhas de qualquer coisa. Quero proteger elas de doenças que elas possam pegar, quero proteger elas da rejeição dos amiguinhos, quero segurar elas para que elas não caiam e machuquem o joelho. E ao mesmo tempo sei que elas tem que cair para aprender a levantar, elas tem que machucar o joelho para saber que dói, serem rejeitadas para saber o quanto é ruim rejeitar. O que eu mais quero que elas saibam que eu vou estar sempre lá para quando elas precisarem, meus braços vão estar sempre aberto para abraça-las.