A violência obstétrica é um assunto que vem sendo discutido muito frequentemente, e que infelizmente há um grande número de ocorrências. Muitas mulheres são vítimas de abusos que podem acontecer desde o pré-natal, em unidades de saúde, passando pela pessoa que fará a triagem e recepção da gestante no hospital, até a equipe médica, quando impõe suas condutas e procedimentos durante o parto.
Como se caracteriza uma violência obstétrica?
Basicamente se caracteriza por tratamentos desumanos à gestante durante a gravidez, no momento do parto, que inclui o trabalho de parto, o parto em si e o pós-parto. Segundo o ginecologista e obstetra, Alberto Guimarães, é preciso mudar o conceito do parto, a melhor forma de atendimento com as gestantes é transformar uma equipe multidisciplinar que atenda de forma humanizada para trazer ao mundo aquele bebê tão esperado.
- atos como recusa no atendimento,
- agressões verbais,
- privação de acompanhante,
- procedimentos no corpo da mulher sem seu consentimento e que interfiram, causem dor ou dano físico à mulher
- uso abusivo de medicamentos,
- a perda da mulher da autonomia do seu corpo e de sua capacidade de decisão,
- separação da mãe e do bebê, quando saudável,
- impedimento ou retardo do aleitamento materno na primeira hora quando o bebê nasce saudável.
Saiba mais sobre violência obstétrica:
O que é um trabalho de parto humanizado?
O trabalho de parto humanizado é aquele em que o evento maior que é de se parir, é realizado pela mulher. A mulher colocada como protagonista deste evento, uma pessoa que tem e teve seu desejo respeitado, teve suas necessidades atendidas. Tais quais, principalmente, a ideia de acompanhante por ela escolhida, um ambiente acolhedor, pouca luz, pouca gente circulando nesse meio, possibilidade dela ingerir alimentos se ela desejar, de caminhar durante o trabalho de parto, de ter uma ajuda, a colaboração da doula com massagens para diminuir o desconforto e dar apoio. Alberto Guimarães
Saiba mais sobre parto humanizado:
Dados sobre violência obstétrica:
Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o SESC, uma em cada quatro mulheres dizem sofrer violência durante a gestação ou o parto. Esse número ainda pode ser pequeno uma vez que muitas vezes essas agressões passam despercebidas pelas grávidas.
Como denunciar?
A mulher que identificar a violência obstétrica deve, imediatamente, denunciar. Ela precisa, além de anotar tudo que sofreu, pedir cópias dos prontuários seu e do bebê e buscar ajuda de um advogado para garantir que seus direitos sejam respeitados.