A gestação múltipla, podendo ser a gravidez de gêmeos, tem apresentado crescimento no país. Isso deve-se ao fato da maior procura por tratamentos de reprodução humana.
Entretanto, a gravidez de gêmeos não é tão comum como se pensa. A estimativa aponta que a cada 80 gestações com concepção natural, uma é gemelar.
Para engravidar de gêmeos é necessário a mulher ter pré-disposição genética, ou seja, familiares próximos que tiveram gêmeos. A hereditariedade acompanha apenas a mulher, logo, se o parceiro tiver caso de gestação múltipla em seu vínculo familiar, não significa que ele conseguirá a concepção gemelar.
Como ocorre a gestação gemelar?
A gravidez de gêmeos pode ocorrer de duas formas distintas, sendo elas:
- Dois óvulos liberados e fecundados em um mesmo ciclo e desenvolvimento de dois sacos gestacionais;
- Ou fecundação de um óvulo que se dividiu e gerou um segundo embrião que dividem o mesmo saco gestacional.
No primeiro caso, quando dois óvulos são fecundados, a gestação é denominada gravidez bivitelina, ou seja, os gêmeos não serão idênticos. Quando ocorre a divisão, a gestação é denominada de univitelina, resultando em bebês idênticos.
Estatisticamente, 2/3 das gestações gemelares resultam em gêmeos bivitelinos e 1/3 univitelinos.
Aproveite e confira:
Quais fatores colaboram para gravidez de gêmeos?
Existem alguns fatores que colaboram na pré-disposição da gestação múltipla. São eles:
- Mulheres que contaram com o apoio da reprodução humana;
- Mulheres na faixa de 35 a 40 anos, pois, com a queda da produção de óvulos pode ocorrer picos do hormônio FSH, resultando na liberação de mais de um folículo no mesmo ciclo;
- Mulheres negras têm maior pré-disposição genética a gestação múltipla;
- Mulheres que fizeram uso de indutores de ovulação durante tratamento de coito programado.
Gravidez gemelar tem riscos?
Não é possível afirmar que a gravidez de gêmeos será de risco. O que ocorre é uma ampliação dos cuidados durante o seguimento pré-natal, uma vez que a gravidez múltipla necessita de uma atenção especial.
O organismo da mulher sofrerá modificações distintas da gravidez única, sendo que as chances do desenvolvimento de hipertensão e de diabetes é aumentado em gravidez de gêmeos ou trigêmeos.
Outra questão refere-se se a gestação é de gêmeos univitelinos ou bivitelinos. Quando são gêmeos idênticos e crescem dentro da mesma placenta, existe risco maior de um bebê “roubar” nutrientes do irmão e prejudicar a formação dele.
Já quando a gravidez de gêmeos é bivitelina, cada bebê se desenvolve em uma placenta, recebendo cada um os nutrientes necessários para o pleno desenvolvimento.
É comum que a gravidez de gêmeos resulte em parto prematuro, devido à limitação de espaço para os dois ou mais bebês. Ela não costuma chegar a 40 semanas, como é o ideal. Essa gestação vai até a 36 semanas, em média, e a via de parte costuma ser a cesariana, para diminuir os riscos a parturiente e aos bebês.
Mas nada impede que a gravidez de gêmeos resulte em parto normal. Tudo isso deve ser conversado com o obstetra, sempre prezando pela saúde da mãe e dos bebês.