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A tristeza da perda: O que me trará o dia de amanhã?

Essa semana recebi a terrível notícia que uma querida vizinha do meu condomínio faleceu, ela sofreu um acidente de carro que a levou a óbito, o marido está em coma e a filhinha de 3 anos passa bem… notícia trágica, muito triste… uma família linda, querida, a menina era super apegada a sua mãe, ela brincava com a Bia na pracinha…receber essa notícia além da tristeza que me invadiu, ainda junto vieram as reflexões que são praticamente inevitáveis nesse momento…e essa menina?

Apenas 3 aninhos e crescerá sem a sua mãe por perto para o resto de sua vida… nenhuma criança deveria crescer sem sua mãe e nenhuma mãe sem seus filhos, quando assim acontece é profundamente trágico, acredito que uma das coisas mais trágicas da vida, pois todas demais coisas que nos sucedam nessa vida, podemos superar, podemos enfrentar, cair e levantar, retroceder e começar de novo, mas para a morte em relação a essa vida terrena nada mais pode ser feito…e isso é devastador… pois a morte chega sem ninguém esperar, você não se prepara para ela, você não espera por ela, ela simplesmente vem e ceifa a vida, as esperanças, as alegrias, os sonhos, os planos, todos eles se vão como poeira pelo ar

Nenhum filho deveria crescer sem sua mãe, e isso me deixa paralisada só em pensar…pois me coloco no lugar dessa menininha que irá chamar insistentemente por sua mãe nos próximos dias, meses e anos e ela já não mais virá ao seu encontro, elas já não mais partilharão das alegrias, das conquistas, nem das brincadeiras, nem dos beijos e abraços, nem dos sorrisos, nem as lágrimas que rolarão pelo rosto dessa menininha, ela já não mais poderá enxugar…. há se soubéssemos quanto tempo temos nessa vida, certamente tomaríamos outras decisões… relevaríamos mais, perdoaríamos mais, amaríamos mais, gastaríamos mais tempo juntos, para não dizer todo o tempo que tivéssemos, diríamos mais do que dizemos hoje, e também nos calaríamos mais, falamos tantas palavras frívolas sem pensar, investimos nosso tempo e dinheiro em coisas supérfluas e sem valor, pois comparado ao tempo investido com nossos filhos o que pode realmente substituir???? Nada!!! Presente nenhum, brinquedo nenhum, festa nenhuma nunca substituirá a presença de uma mãe na vida de um filho.

Essa mãe decidiu investir o tempo dela em cuidar da sua família, da sua filha, e por essa decisão que doce lembrança (quando toda a dor passar) essa menina vai ter, pois terá guardado em sua pequena memória momentos vividos com sua mãe durante 3 anos da sua vida; e pensar que ela tinha apenas 3 anos para amar seu bebê, 3 anos para marcar a memória dela para toda a vida com beijos e amores, abraços e sorrisos, apenas 3 anos…e se hoje você descobrisse que só tem 3 anos para gastar ao lado dos seus filhos…o que você mudaria? o que você faria diferente? que decisão você pensaria melhor em tomar??

Mas a verdade que não queremos encarar é que não temos nenhum segundo sequer da nossa vida, a não ser o exato segundo que estamos vivendo….quem irá garantir, ou saber, ou poderá ter a certeza que no próximo segundo ainda estará vivo??? Vivemos como senhores de nós mesmos, fazendo planos, adiando planos, insistindo em investir tempo nas coisas erradas com as mais diversas desculpas, que no fundo são apenas desculpas, porque achamos na pequena ou grande arrogância que somos senhores de nós mesmos…mas  NÃO SOMOS, porque se fossemos essa querida mãe jamais teria deixado sua pequenina filha.

Tem um texto que li hoje na bíblia que diz assim:

“Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida?Sois apenas, como neblina, que aparece por um instante e logo se dissipa.” Tiago 4:14

Quem sabe do dia de amanhã?? Por não sabermos, hoje é o dia de fazermos diferente, hoje é o dia de fazermos aquilo que amanhã não nos arrependeremos de não termos feito caso já não nos sobre mais tempo nenhum nessa vida.

Chorei por essa menina, amei essa menina no meu coração, porque pensei na minha filha, como seria para ela crescer sem mim, como seria não me ter para enxugar suas lágrimas, dividir seus medos, anseios, sonhos, poder viver com ela as conquistas da adolescência, da juventude, seu primeiro amor, seu casamento, seu primeiro emprego, como seria se eu já não pudesse mais fazer parte da sua vida? Quem me substituiria?

Será que ela se lembraria de mim ao longo dos anos que passassem, será que o tempo que vivi ao seu lado, seria suficiente para impactar toda a sua vida e permitir que ela nunca me esquecesse? Será? Não sei…. não tenho resposta para nenhuma dessas perguntas, e nunca terei, mas decidi hoje mais do que nunca, amar minha filha mais e mais, ter mais paciência, parar as coisas da casa para atendê-la, mesmo que isso signifique atrasar o almoço, decidi sentar no chão mais tempo do que eu já sento para brincar com ela, decidi beijá-la muito mais do que já beijo, decidi abraçá-la muito mais do que já abraço, decidi amá-la intensamente para que não sobre dúvidas no meu coração que a amei com tudo que eu podia amar, pois o que me trará o dia de amanhã?

Em homenagem a minha querida vizinha e amiga Adriana Petermann Biazus e sua filha.

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