“Por que meu filho não come?” é a pergunta que atormenta a vida de muitos pais.
Para falar sobre esse assunto a convidada de hoje é a Dra Priscila Maximino. Pesquisadora do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto PENSI do HOSPITAL INFANTIL SABARÁ – SP. Nutricionista há mais de 15 anos atuante na área pediátrica e do adolescente. Consultório: Nutrociência Assessoria em Nutologia em São Paulo -SP e Autora do Guia Descomplicado da Alimentação Infantil.
Você pode entrar em contato com a Priscila através do email primaximino@gmail.com ou do Instagram priscilamaxi.
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Nos consultórios e ambulatórios pediátricos surgem muitas queixas relacionadas ao tema. É fato que essa situação pode ocorrer desde os primeiros dias de vida – com a amamentação até a vida adulta. Chamamos este problema de: dificuldades alimentares, que é um termo geral para identificar dentro do problema o perfil de comportamento específico de cada comportamento alimentar.
A literatura científica divide (para fins didáticos) as causas da recusa alimentar em 4 grandes grupos:
No decorrer da infância qualquer tipo de vírus, quadros gripais, uso de medicações podem influenciar, e muito, o apetite da criança e consequentemente alteram a rotina alimentar; é importante respeitar estes momentos e não forçar a criança a comer para não criar novos problemas relacionados a comida.
Para entender todo o processo de recusa alimentar, inicialmente deve-se realizar avaliação médica, com o intuito de excluir as causas orgânicas decorrentes de doenças específicas e mais graves. Exames específicos só deverão ser solicitados quando houver uma indicação clínica do profissional de saúde responsável.
A verificação do ganho de peso e altura são os exames mais utilizados que o médico pediatra ou nutricionista realiza para acompanhar o desenvolvimento e avaliar se a alimentação está adequada.
A aceitação aos alimentos até o primeiro ano de vida, na
maioria dos casos é bem boa porque existe alta demanda de energia para garantir o rápido ganho de peso e comprimento nesta fase. Após o primeiro ano a quantidade diminui muito gerando ansiedade na família. Nesta fase a família transfere à criança a escolha dos alimentos na ânsia de “faze-la” comer gerando um hábito alimentar baseado somente nas preferências e não em alimentos novos. Para a criança continuar comendo vários tipos de alimentos é importante que a família continue oferecendo variedade, independente da aceitação da criança naquela refeição pois em outras pode ser totalmente diferente.As crianças, geralmente após 1 ano, apresentam o que costumamos chamar de neofobia, isto é, a relutância em consumir os novos alimentos na primeira oferta. É importante lembrar que a neofobia não é algo anormal e sim inerente a criança, mas deve ser bem administrado para não se tornar um problema nutricional, familiar e social pois este é um dos momentos em que as mães fazem o maior número de consultas porque seus filhos “não comem”. Na verdade, o que acontece é que as mães estavam habituadas com as quantidades que seus filhos consumiam; e filhos que não comem adequadamente, pelo menos do modo como os pais desejam, são uma fonte de inquietação.
Como lidar com a neofobia?
Bom apetite!
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