Se existisse um manual detalhado de timbres e sons do choro do bebê, toda mãe compraria. Ela poderia ser a mãe mais instintiva de todas, mas na dúvida, compraria este manual e deixaria guardado para uma emergência. Isso porque não tem nada mais angustiante do que ouvir seu bebê chorando e não conseguir acalmá-lo rapidamente.
Bom, se você quer saber uma coisa BEM louca, alguns aplicativos de smartphones já prometem codificar o choro dos bebês, como o The Cry Translator disponível na loja da Apple por $4,99 doláres. Apesar de ser uma aparente “solução”, esse aplicativo nada mais mostra o quanto estamos ficando viciados em tecnologia. Imaginou a cena? O bebê começa a chorar e alguém enfia o celular dentro do berço para descobrir se é fralda suja ou cólica? Mas enfim, vamos conversar sobre dicas um pouco menos futurístas e mais afetuosas?
Como todo mundo sabe, o choro do bebê é a forma de comunicação deles nos primeiros meses de vida, e na teoria não deveria ser muito complexo pois as necessidades dos pequenos não são muito extensas. Uma bebezinha recém-nascida por exemplo não vai chorar porque não gostou da cor da roupinha que a mãe vestiu nela, nem porque não quer ir na casa da vovó.
Os pequenos choram por necessidades mais básicas como fome, dor, incômodo com a sujeira, necessidade da mãe e variáveis dessas situações.
A fome é sempre a primeira resposta para o choro, e mesmo quando o bebê está em livre demanda, com pouco tempo a mãe já compreende os intervalos entre as mamadas. Então mesmo que o timbre ou o tom do choro seja diferente, ela não precisa de um ouvido apurado para saber que o estômago já esvaziou.
Outra coisa importante é acompanhar o ganho de peso do bebê. Esse é um dos motivos pelo qual as primeiras visitas ao pediatra é tão importante. Se a criança estiver ganhando peso, o choro de fome está sendo prontamente atendido.
Ah sim, esse choro vai existir e não tem como impedir que ele aconteça, mas tem como agir para que a dor passe. A principal delas nos primeiros meses é a cólica.
Verifique se a posição da amamentação está correta, algumas vezes o bebê pode engolir ar durante a mamada e sentir dores por causa do ar preso. Seu aparelho digestivo ainda está amadurecendo, por isso algumas vezes a digestão pode não ser completa, gerando o famoso refluxo
ou a cólica. Você pode trabalhar com técnicas de prevenção, como massagens no abdômen em movimentos circulares diariamente, fazer o “estica e puxa” com a perninha do bebê ou usar compressa ou bolsa térmica morna na barriguinha nos momentos de crises.Nem todo bebê chora por causa da fralda suja ou molhada, por isso é preciso olhar regularmente ou sentir cheirinhos, que não é muito difícil de perceber!
Algumas vezes os chorinhos se misturam. Fome, cólica e sujeirinha e as mães agem com pressa para começar amamentar o bebê como se ao invés de escutar o choro estivessem escutando um cronômetro chegando perto do zero. Não é assim. Se o bebê estiver com a fralda suja E com fome, troque ele primeiro. Mesmo que logo após a mamada ele suje a fralda de novo.
Conhecendo as reações do pequeno e respeitando a segurança e saúde dele, ao reconhecer o choro de cólica, a mãe pode optar por fazer a massagem no bebê sem fralda, com a mão aquecida e em um quarto fechado.
Ou aconchego. Ou carinho. Ou atenção. Ou colo. O bebê passou a existir de forma física dentro do corpo de alguém e ali ficou por nove meses. É natural que ele sinta mais segurança e conforto perto desse “alguém” e esse choro deve ser respeitado e atendido sim. Ele pode estar com medo, tudo nesse mundo é novidade para ele, até o movimento de seus braços e o leite materno é tão poderoso que também acalma.
Quando a irritação do bebê não for compatível com nenhuma dessas situações, é preciso consultar um pediatra e buscar a fonte do sofrimento.
Mas se mesmo com as táticas acima seu bebê permanecer nervoso e chorando, tente simular o ambiente aonde ele se sentia mais seguro, o útero. Barulhos como um chiado (ssshhhhh), ou uma mantinha deixando ele bem firme podem ajudar. Cante, balance, vá para um ambiente com meia luz e calmo. Com o tempo você vai descobrir o que acalma mais o seu bebê e isso vai ser maravilhoso.
Meu filho mais velho se acalmava quando eu deitava a barriguinha dele na minha e ficava fazendo o barulho “huuuummmmm”. Como a orelhinha dele estava encostada no meu peito, ele escutava o som abafado como se ainda estivesse dentro de mim. Era lindo. Você tem uma técnica para acalmar seu bebê? Conte para a gente!
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