O médico Dr. Gerd Schreen inaugurou no Rio de Janeiro sua segunda clínica Heads. A primeira fica na cidade de São Paulo, e funciona desde o final de 2014, após o médico ter se especializado em assimetrias cranianas em bebês, ao viajar para os Estados Unidos para tratar este mesmo problema na sua filha caçula e já ter tratado no Brasil mais de mil e trezentas crianças nos últimos 5 anos.
Até então, não havia no Brasil tratamento eficaz para essas assimetrias, embora já existisse nos Estados Unidos e Europa há quase 30 anos.
O objetivo da Clínica Heads é tratar crianças que tenham algum tipo de assimetria craniana posicional, que são classificadas principalmente em plagiocefalia posicional e braquicefalia posicional. A primeira delas significa “cabeça oblíqua”. Em outras palavras, é a cabeça assimétrica semelhante a um paralelogramo. A parte de trás apresenta um lado achatado e o outro proeminente, com frequente desalinhamento das orelhas e até da testa e do rosto.
Já a braquicefalia posicional, “cabeça curta”, se refere ao achatamento de toda a área posterior da cabeça, com alargamento da região e elevação do “cocuruto”.
Essas diferenças na região craniana são consequência do apoio constante da cabeça em uma só posição nos primeiros meses de vida do bebê, fase em que o crânio cresce com enorme velocidade. Isso pode acontecer também no final do período gestacional, como quando há pouco líquido amniótico (o chamado oligohidrâmnio), encaixe precoce do bebê na pelve e gestação gemelar.
A boa notícia é que na maioria das vezes há como prevenir que a assimetria apareça, bastando para isso evitar o apoio constante da cabeça sempre no mesmo lugar. As manobras preventivas incluem principalmente:
É possível também reverter a situação, quando o problema é percebido no início. A primeira medida visando o tratamento é quase sempre o chamado
reposicionamento, que consiste basicamente em procurar posicionar o bebê pelo máximo possível de tempo de forma a apoiar do lado que está proeminente e evitar o apoio do lado que está achatado. Isso vale para a posição de dormir, segurar no colo, cadeirinhas, etc. O objetivo dessas manobras é de inverter o mecanismo que levou à assimetria, promovendo uma lenta melhora.O problema é que, à medida que o bebê vai crescendo, ele vai ficando mais forte e habilidoso, tornando o reposicionamento progressivamente mais difícil e menos eficaz. É aí que entra o tratamento ortótico, uma espécie de capacetinho feito rigorosamente sob medida que funciona como um molde para direcionar o crescimento de volta à normalidade. A parte proeminente fica constantemente apoiada no capacete, enquanto a parte achatada fica livre para crescer, mesmo quando o bebê insiste em apoiar a cabeça nessa região.
Para identificar se o formato ultrapassa os limites da normalidade, uma boa dica é olhar a cabeça do bebê de cima para baixo na hora do banho com o cabelinho molhado. Vale ressaltar que todos temos algum grau de assimetria, o que é absolutamente normal, mas é fácil de enxergar aquelas condições que começam a chamar a atenção.
Ao identificar uma assimetria, os pais devem conversar com um especialista. Na Heads, os pacientes são avaliados clinicamente pelo médico especialista e submetidos a um escaneamento tridimensional a laser, para avaliar com precisão o tipo e grau de assimetria. Trata-se de um exame rápido (1,5 segundos), sem anestesia ou radiação, que gera um relatório detalhado com todas as medidas da cabeça do bebê, tornando a avaliação muito mais objetiva. Baseado nessas informações, o médico terá condições de indicar a melhor opção terapêutica para o bebê.
Só é possível corrigir o formato craniano durante a fase de crescimento rápido do crânio, ou seja, até os 18 meses de vida. No entanto, quanto mais precocemente forem instituídas as medidas corretivas, mais rápida e melhor será a correção. Com o tratamento, ao longo de 3 a 4 meses é possível corrigir a deformidade definitivamente, livrando o bebê do problema pelo resto da vida.
É mais simples do que parece e muito mais recorrente do que se imagina. Para se ter uma ideia, estima-se que cerca de 300 mil bebês tenham assimetria craniana além do que é considerado normal no Brasil atualmente. Os estudos mostram que cerca de 12% dos bebês saudáveis nascidos vivos tem algum grau de assimetria. Boa parte destes vai melhorar rapidamente, mas 20% deles precisarão de um tratamento mais sério.
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