Crianças como erros refrativos precisam usar as lentes corretivas (óculos) para garantir pleno desenvolvimento visual e neuropsicomotor.
Os erros refrativos, como a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia, são os problemas visuais mais comuns na idade escolar. Felizmente, são condições oculares que podem ser corrigidas com o uso de óculos. Entretanto, nem todas as crianças podem reagir positivamente à necessidade das lentes corretivas.
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em Estrabismo, a reação dos pais no momento do diagnóstico é muito importante para a aceitação da criança em relação ao uso dos óculos.
É importante que os pais compreendam que os erros refrativos, geralmente, não causam problemas oculares graves. Porém, é preciso corrigi-los o quanto antes para garantir que a criança tenha um desenvolvimento visual adequado. Inclusive, a falta da correção impacta diretamente no desenvolvimento neuropsicomotor e na vida escolar.
Dra. Marcela
No momento do diagnóstico, os pais precisam passar segurança para que a criança entenda que o uso de óculos trará benefícios na escola, nos esportes e na vida social.
Em muitos casos, os pais ficam assustados com a notícia e podem mandar uma mensagem errada para a criança. Uma das razões pode ser porque sofreram bullying quando frequentavam a escola ou simplesmente porque não conseguem aceitar o diagnóstico.
Dra. Marcela
Aproveite e confira:
De acordo com especialista, por incrível que pareça, os bebês ou crianças menores costumam aceitar melhor a necessidade de usar óculos.
“Geralmente, bebês e crianças pequenas não têm grandes problemas em usar o acessório e a adaptação é bastante tranquila”.
Contudo, como toda regra tem sua exceção, alguns bebês podem se incomodar sim com os óculos.
“Nesses casos, é preciso muita perseverança, muita paciência dos pais e muita parceria com o oftalmopediatra para conseguir uma adaptação sem traumas”, diz Dra. Marcela.
Toda criança precisa passar por uma consulta com um oftalmopediatra, preferencialmente no primeiro ano de vida.
“Muitas crianças, mesmo com graus muito altos, não demonstram dificuldade para enxergar como os adultos”, cita a especialista.
Isso ocorre por dois motivos.
“O primeiro é porque quando a criança nasce com um erro refrativo, ela ainda não entende que a maneira que ela está enxergando está embaçada ou inadequada. Com isso, ela se adapta àquela visão”, comenta Dra. Marcela.
Outro motivo é que os pequenos têm uma capacidade muito grande de compensar graus bastante elevados. Com isso, não demonstram que estão com dificuldades para enxergar.
No Brasil, infelizmente, os pais não têm o costume de fazer consultas oftalmológicas preventivas de forma precoce. Com isso, chegam ao consultório quando as dificuldades de aprendizado começam a surgir.
“Algumas vezes, esse atraso no diagnóstico pode levar à ambliopia, que nos casos dos erros refrativos está relacionada a diferença de grau de um olho para outro. O cérebro acaba preferindo a imagem captada pelo olho com menor grau e isso afeta o desenvolvimento visual do olho com maior grau”, reforça Dra. Marcela.
Vale lembrar que o crescimento pode alterar o grau, uma vez que o olho cresce também. Portanto, quando a criança tem um erro refrativo, o acompanhamento com o oftalmopediatra deve ser regular, principalmente quando o grau é alto.
Dra. Marcela
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