Depressão pós-parto. Uma a cada quatro mulheres é acometida por esta doença mental.
Infelizmente a depressão pós-parto é uma realidade no Brasil e no mundo. De acordo com dados da pesquisa Nascer no Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz, de 23.896 mulheres que foram entrevistadas no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. Entre 6 a 9 meses após o parto, 25,7% das mulheres apresentavam depressão e de 9 a 12 meses após o parto, a porcentagem era a de 27,1%, ou seja, a comparação de acordo com o tempo não apresentou diferenças significativas referentes às mulheres que apresentavam o transtorno mental.
De acordo com o estudo O impacto da depressão pós parto para a interação mãe-bebê, dentre os distúrbios do humor que costumam fazer parte do pós-parto, está a melancolia da maternidade, conhecida como baby blues. E esse tipo de fenômeno hormonal atinge aproximadamente 60% das mulheres, surge geralmente entre o terceiro e quinto dia após o parto e desaparece espontaneamente em poucos dias.
Mas vale salientar que o baby blues não tem relação com a depressão pós-parto, que pode ser tratada como psicose puerperal. Em um quadro de depressão pós-parto faz-se necessário o tratamento intensivo, em alguns casos, existe a necessidade até mesmo de hospitalização.
De acordo com o estudo, há casos em que os sintomas da depressão puerperal podem ser identificados no primeiro ano de vida do bebê e não necessariamente semanas após o parto.
Na pesquisa Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados, a depressão pós-parto é apresentada como problema de saúde pública que afeta a saúde da mãe e o desenvolvimento da criança.
Para reconhecer a depressão pós-parto é importante prestar atenção se a mulher também apresenta pouco ou nenhum interesse pelo bebê, se tem medo de ficar sozinha, se não se sente disposta para realizar quaisquer atividades diárias, se há falta de concentração, perda do bom humor, desejo de chorar o tempo todo, falta de paciência e irritabilidade. Vale prestar atenção se a mulher não repete com frequência a frase “tenho vontade de sumir ou de fugir”.
O mesmo estudo salienta que dentre os fatores associados para o desencadeamento de uma depressão pós-parto (DPP) estão a menor escolaridade e baixo nível socioeconômico.
Para reconhecer a depressão pós-parto, em muitos casos é necessária uma observação minuciosa no comportamento da mulher que dificilmente associará esses sintomas a um quadro de psicose.
Em uma pesquisa realizada pela Universidade de Illinois, Chicago, foi constatado que o histórico comportamental da mulher antes do parto poderia ser a maneira mais eficaz para prevenir a manifestação da doença após o nascimento da criança. Neste estudo, foram observados mais de 8 mil casos de mulheres com diferentes graus de depressão pós-parto, e foi concluído que dois terços das mulheres que apresentavam sintomas severos, começaram a apresentar o problema ainda na gestação, ou seja, acontecimentos na gestação poderiam desencadear no surgimento da doença após o parto.
Já de acordo com o estudo Doença mental materna, estilos parentais e suporte social, mães deprimidas se sentem menos capazes para cuidar de si mesmas e de seus filhos e a falta de suporte social poderia agravar a doença. Faz parte do suporte social fatores de proteção presentes no ambiente, o que se relaciona com a presença da família, amigos, apoio médico, entre outros.
Ao suspeitar ou reconhecer a depressão pós-parto, o que geralmente é realizado por um “olhar observador” próximo à mulher, é essencial a procura por tratamento psiquiátrico especializado.
Há muitos casos em que a mulher já se sente bem e adaptada com sua nova rotina como mãe e a doença pode vir a se manifestar, assim como há casos em que a mulher já estava deprimida na gravidez e acreditava que com a chegada da criança, a sensação de tristeza passaria, o que se intensifica após a chegada do bebê.
Fontes
Depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil. Portal Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz): portal.fiocruz.br/pt-br/content/depressao-pos-parto-acomete-mais-de-25-das-maes-no-brasil
SCHEWENGBER, Daniela Delias de Sousa; PICCININI, Cesar Augusto. O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia 2003, 8 (3), 403-411: www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n3/19962.pdf
MORAES, Inácia Gomes da Silva. Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados. Revista de Saúde Pública 2006, 40(01):65-70: www.scielo.br/pdf/rsp/v40n1/27117.pdf/
RUZI-PEREIRA, Andrea; SANTOS, Jair Lício Ferreira. Doença mental materna, estilos parentais e suporte social – Estudo das concepções de mães e adolescentes no interior de São Paulo. Journal of Human Growth and Development: pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v22n1/pt_11.pdf
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