Estudos apontam que as crianças estão comendo mais besteiras na pandemia e a previsão é que a obesidade atinja 75 milhões de meninos e meninas ao redor do mundo em cinco anos.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no Brasil. Outra pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, divulgada em agosto, aponta que nove em cada dez pediatras atendem crianças que passaram a consumir mais alimentos com baixo valor nutricional durante a pandemia. O cenário se tornou tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2025, o número de crianças obesas no mundo chegue a 75 milhões.
Como identificar se esse problema global também está afetando o seu filho? Como saber se o excesso de apetite é normal e como tratar? A especialista em emagrecimento e criadora do método 5S Kids – focado no tratamento de crianças obesas, Edivana Poltronieri, explica.
“Existem dois cenários quando falamos de obesidade infantil. Há crianças que comem demais e há aquelas que têm compulsão alimentar. Se o problema for a gula, há como tratar com mudanças sutis nos hábitos da família como, por exemplo, estabelecer uma rotina alimentar, evitando que os pequenos comam a todo momento e estimular a alimentação saudável, com menos embalagem no armário e mais alimentos para descascar, como as frutas e legumes”, esclarece a especialista.
Edivana explica que é importante a família observar se o pequeno não está usando a comida para descontar tensões emocionais e frustrações, especialmente nesse período de tantas mudanças na rotina e confinamento.
“Quando a criança está estressada, irritada, triste ou com baixa seratonina – neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono e apetite – ela tende a descontar na quantidade de comida, abusando de doces e isso é caracterizado como compulsão alimentar. Nesse caso, é uma doença que precisa ser tratada por meio de um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo não só a família, mas também nutricionistas e psicólogos”.
Sintomas como aumento da ansiedade, depressão, agitação e aumento de apetite foram apontados na pesquisa “O impacto da Covid-19 na saúde das gestantes, novas mães e seus filhos”, da Sociedade Brasileira de Pediatria, como reações dos pequenos ao isolamento na pandemia. Isso porque estão longe dos amigos, da escola e trancados dentro de casa passam boa parte do tempo sem brincar, assistindo televisão ou jogando videogames.
Para evitar que a nova rotina provoque distúrbios alimentares e resulte na compulsão, Edivana Poltronieri afirma que o melhor remédio é manter a criança e a família ativa, a começar por envolver os pequenos em atividades da casa.
“O “trabalho” da criança deve ser o brincar. Sabemos que é difícil manter a garotada entretida a todo momento, principalmente com todos ou, a maioria, da família em casa tendo que conciliar as
tarefas domésticas, o trabalho home office e o cuidar. Mas é importante que os adultos se empenhem ao máximo em envolver a garotada em atividades que tirem ela frente da TV e dos eletrônicos, diminuindo o tempo ócio. Que tal convidá-la para ajudar a preparar a mesa do café da manhã, quebrando um ovo ou amassando uma banana para a panqueca, por exemplo? Torne esse momento uma brincadeira”, orienta a especialista.
Outra recomendação da profissional é colocar a criança para gastar energia, através de brincadeiras livres, como estátua, pular amarelinha, rodar o bambolê, jogar bola, dançar ou tocar um instrumento. “É por meio dessas brincadeiras prazerosas que os pequenos usam a energia para manter o corpo saudável, ao mesmo tempo que ativam justamente a seratonina e ganham a sensação de bem-estar. Mas, vale lembrar que não só o corpo, mas a mente deve ser estimulada, ´por meio de atividades educativas. Invista em jogos de caça-palavras, pinturas e desenhos, quebra-cabeça, para evitar o tédio dos pequenos e fazer eles tirarem a cabecinha da comida. Corpo e mente parados são um prato cheio para pensar em guloseimas a toda hora”, alerta a especialista.
Aproveite e confira:
Muitos pais querem impor a quantidade que o filho come, mas é preciso estimulá-los a preparar o próprio prato para que a hora da refeição seja mais leve e gostosa.
“Às vezes, os pais se baseiam no prato de um adulto e acaba colocando uma quantidade muito maior do que a fome da criança e a forçam a comer. Isso contribui para o exagero e pode levar, a longo prazo, a distúrbios alimentares atrapalhando o mecanismo de auto regulação. Ao invés disso, permita que a criança coloque no prato variados alimentos, com diferentes cores e até formatos diferentes, desde que sejam saudáveis e nutritivos”, orienta Edivana.
Hábitos como comer na frente da TV, do tablet ou realizando alguma outra atividade enquanto se come também deve ser evitado segundo as recomendações da especialista.
“Parece que não, mas isso também diminui a capacidade da criança perceber o que de fato está comendo e quando está satisfeita. Ela entra num piloto automático, come sem mastigar direito e sem prestar atenção no prato, perdendo a noção da quantidade que estão ingerindo. Comer saudável é comer com a família reunida à mesa e, de preferência, sempre no mesmo horário para ajustar o relógio biológico dos pequenos”, finaliza Edivana Poltronieri.
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