Chegando o verão, além do calorzinho bom de pegar uma praia, piscina, sair para passear, é preciso ter alguns cuidados pois é uma época propícia para a proliferação de insetos que podem causar males para a população no geral e principalmente põem risco a saúde das gestantes e dos bebês.
Um desses insetos que temos que estar atentos principalmente nessa época de calor e umidade excessivos é o mosquito da dengue, mais conhecido como Aedes aegypti responsável pela transmissão do ZIKA vírus, associado à microcefalia em bebês e também pela transmissão do vírus da dengue, que recentemente em um artigo publicado pela Scientific Reports aponta que as gestantes infectadas pelo vírus da dengue aumentam consideravelmente o risco de morte durante a gestação.
A pesquisa foi liderada pela brasileira Enny Paixão, epidemiologista do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Cidacs/Fiocruz Bahia). Ela e seus companheiros de estudos utilizaram várias bases de dados públicas, como o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), e coletaram informações referentes ao período de 2007 a 2012. Após uma triagem inicial, os cientistas selecionaram 4.053 óbitos para uma análise mais minuciosa. Após as análises foi constatado que as gestantes (mulheres que estão desde a gestação até a 42 dias após o parto) contaminadas pelo vírus da dengue apresentavam um risco quatro vezes maior de morrerem do que as não grávidas. Agora, quando a gestante apresentava um quadro de dengue hemorrágica o número é ainda mais assustador, frente ao tipo mais grave da moléstia, a possibilidade de a gestante morrer é 450 vezes maior.
Também se observou que os quadros de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, complicações caracterizadas pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, eram mais frequentes no grupo infectado pelo vírus da dengue e poderiam levar à maiores complicações para a mãe e o bebê.
Os riscos não são apenas para a gestante, o bebê também apresenta chances quando a mãe está contaminada pelo vírus da dengue de ter má-formação neurológica. Esses dados foram divulgados no artigo Symptomatic Dengue during Pregnancy and Congenital Neurologic Malformations, publicado na edição de setembro da revista Emerging Infectious Diseases, do Center for Diseases Controls and Prevention (CDC).
A epidemiologista Enny Paixão, que lidera a investigação, frisa que as anomalias neurológicas durante a gestação são consideradas raras, ocorrendo em apenas 0.08% dos nascimentos da amostra. E é justamente por serem raros, só podendo ser observados agora, devido ao volume maior de dados coletados. O estudo observou que má-formações da medula espinhal e do cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres com dengue durante a gestação. Entretanto, não foi observado associação com microcefalia.
A dengue pode apresentar-se na forma clássica e na forma grave que necessita de maiores cuidados em leitos de observação ou internação.
A dengue grave inicia com os mesmos sintomas da dengue clássica, e com o término da febre surgem os sinais de alarme.
Normalmente, os sinais de alarme ocorrem entre o 3º e 5º dia, esse é o chamado período crítico para dengue. Tratado com hidratação e medicação sintomática corretamente, a maioria dos casos evolui para cura.
Sintomas clássicos da dengue | Sinais de alerta da dengue |
Febre alta com início súbito (> 38.5ºC) | Dores abdominais fortes e contínuas |
Dor de cabeça | Vômitos persistentes |
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles | Pele pálida, fria e úmida |
Perda do paladar e apetite | Sangramento pelo nariz, boca e gengivas |
Náuseas e vômitos | Sonolência, agitação e confusão mental (principalmente em crianças) |
Tonturas | Sede excessiva e boca seca |
Extremo cansaço | Pulso rápido e fraco |
Manchas e erupções avermelhadas na pele semelhantes ao sarampo ou rubéola, principalmente no tórax e membros superiores | Dificuldade respiratória |
Moleza e dor no corpo | Perda de consciência |
Dores nos ossos e articulações |
(Dados extraidos do site www.dengue.pr.gov.br)
Aproveite e confira:
Na maioria dos casos a dengue tem cura espontânea depois de 10 dias. A principal complicação da doença é o choque hemorrágico, que é quando se perde muito sangue, fazendo com que o coração perca sua capacidade de bombear o sangue necessário para todo o corpo, levando a problemas graves em vários órgãos e colocando a vida da pessoa em risco.
Não existe um tratamento específico da dengue, portanto é imprescindível que ao observar os sintomas procure ajuda médica profissional imediatamente.
Já no caso de dengue na gravidez o tratamento geralmente é feito no hospital para que sejam realizados todos os exames necessários e também haja monitoramento da evolução da doença.
A primeira e a melhor forma de prevenção da dengue é evitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti , eliminando focos como águas paradas em vasos, caixas d’água, pneus, garrafas, etc. que são um convite para a reprodução do mosquito.
Utilize roupas compridas e claras que reduzem a exposição da pele. Tente se manter em áreas com ar condicionado ou mais frescas pois o mosquito não sobrevive em temperaturas mais baixas.
Faça uso de repelentes e mosquiteiros para evitar a picada do mosquito. Lembrando de verificar com seu médico qual o repelente adequado a ser usado.
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