A pele frágil e imatura dos bebês sofre com as agressões diárias, mas também com problemas dermatológicos comuns entre os pequenos. A dermatite atópica é um deles.
Pode surgir a partir do terceiro mês de vida do bebê e se manifesta por meio de uma secura extrema da pele, vermelhidão, coceiras e desconforto cutâneo.
Com a umidade baixa nesta época do ano, esse ressecamento da pele se intensifica. Isso porque a pele com tendência atópica é deficiente em lipídios que normalmente asseguram a propriedade de vedação da barreira cutânea.
Desta forma, a pele fica fragilizada e vulnerável a agentes externos.
A dermatologista Juliana Nakano esplica:
“A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica, de origem genética e influenciada por fatores ambientais e psicossomáticos. É altamente prevalente na infância, porém, pode também acometer indivíduos adultos”.
Cerca de 20% das crianças e 3% dos adultos são afetados pela dermatite atópica (DA), doença que tem origem genética e é considerada crônica.
A pele seca e a extrema coceira por vezes resulta em feridas.
É mais comum na infância e cerca de 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida.
A doença assume forma leve em 80% das crianças acometidas e em 70% dos casos há melhora gradual até o final da infância.
As mães conseguem identificar a dermatite atópica nos pequenos quando a pele fica extremamente seca, rugosa e até com escamas.
No bebê as lesões predominam na face (bochechas), pescoço, couro cabeludo e, ocasionalmente, no resto do corpo.
Em crianças maiores, adolescentes e adultos a DA atinge as dobras dos braços e pernas, face (em pálpebras) e pescoço.
Muitas vezes, estes sintomas físicos são acompanhados de sensações de coceira e irritação que acabam prejudicando o sono e até o bem-estar do bebê.
Mesmo com todos esses indícios presentes, a recomendação é procurar um médico para um diagnóstico preciso.
A dermatite atópica não é uma doença transmissível e suas principais causas continuam sendo desconhecidas.
Mas os especialistas acreditam que este tipo de problema seja uma combinação de pele extremamente seca com mau funcionamento do sistema imunológico.
“Estudos atuais apontam que a exposição precoce a maior número de antígenos, como algumas bactérias, convívio com cachorros ou viver no meio rural poderiam modular a resposta imunológica na dermatite atópica, levando a uma diminuição do risco de desenvolver a doença em indivíduos predispostos”.
Para os bebês e crianças que apresentam sinais de dermatite atópica é importante contar com ajuda de um médico para avaliar a necessidade do tratamento com medicamentos.
Para a prevenção dos sintomas desde o nascimento, é necessária a utilização de dermocosméticos específicos, com propriedades emolientes que acalmam e hidratam profundamente a pele.
Recomendações da Especialista:
“Um banho por dia (não mais), rápido e com água morna. Hidratante e sabonete orientados pelo médico são de fundamental importância para manter e refazer a barreira cutânea. Medicamentos como antibióticos e corticoesteróides podem ser utilizados dependendo da gravidade da doença. A imunoterapia, também conhecida como vacina de alergia, poder ser recomendada em alguns casos, a critério do médico especialista em Alergia. Além disso, é essencial tratar as doenças associadas”.
Novos medicamentos veem sendo estudados, alguns já liberados fora do Brasil, que promoverão uma melhor abordagem do paciente com Dermatite Atópica de moderada a grave, mas com provável alto custo.
Informações passadas pelas profissionais:
Dra. Márcia Carvalho Mallozi, Coordenadora do Departamento Científico de Dermatite Atópica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Dermatologista Juliana Nakano pela Mustela.
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