Imagine uma cena típica do dia-à-dia. Seu filho mais velho está tirando todos os brinquedos da mão do seu filho menor e fazendo ele chorar. Você pede uma, duas, três vezes para ele parar, mas ele continua. O mais novo chora e grita de uma forma tão escandalosa que deixaria qualquer mãe maluca.
As mães de antigamente fariam “a Havaiana dançar“, outras mais recententes colocariam de castigo no “cantinho do pensamento por x minutos” ou o resto do dia sem assistir televisão, mas outras mães, não menos chateadas e irritadas com a situação iriam buscar o filho mais velho e perguntar “Porque você está fazendo isso?”. E diante da conversa, entenderia qual seria a real necessidade do filho, que com certeza não tinha nada haver com cada brinquedo que ele pegou e juntos encontrariam um meio termo, uma solução. Isso se chama disciplina positiva.
Violência nunca foi nem será solução para impasses, e o castigo restritivo também não tem nenhum valor educacional, pois não existe uma relação entre “saber dividir os brinquedos e a atenção da mamãe” com “ter o direito de assistir televisão ou ficar sentado em um lugar por um tempo”.
Jane Nelson é Doutora em Educação, e com sua série de livros chamada Disciplina Positiva, pode ser chamada de a descobridora do conceito. Eu digo que ela descobriu ou compilou, pois muitos conceitos ou técnicas de disciplina já são usadas por mães a muito tempo e estudada por outros tantos educadores. Mas ela, que também é mãe de 7 filhos, tornou o termo conhecido e adorado por muitos pais. E sem sombra de dúvidas ela teve muito material de pesquisa no próprio quintal, né?!
Uma forma de criação que valoriza o exemplo, o respeito mútuo, disciplina através do lúdico, atitudes mais positivas (sem tantos “nãos”) e muito mais. Distancia um pouco da forma como a maioria dos pais foi criada, e por isso alguns a julguem soft, ou permissiva demais. Mas a verdade é que ela está
entre a rigidez e a permissividade, pois na medida em que os pais oferecem escolhas para seus filhos, eles precisam raciocinar sobre as consequências dos seus atos. A experiência então é muito melhor assimilada.Os pais também não tomam a cadeira de julgador, dizendo o que é o certo e o que é errado. A criança não vê seus pais como punidores, mas sim como apoiadores, na medida em que em certa situação, o pai não dirá o que não fazer e sim as possíveis consequências dos atos, inclusive que a atitude do filho deixará o pai magoado, como por exemplo se o filho estiver querendo bater no pai. Ao saber que ele magoará ou machucará o pai, entenderá que ele também pode afetar os sentimentos dos outros, e que isso é relevante.
Outra forma comum a disciplina positiva é trocar a atenção da criança para outra coisa, que fazemos comumente em nossa criação. Se ela quer mexer na televisão, você diz que não pode mexer na televisão, mas que você precisa de ajuda para construir um castelo de blocos. Ou ainda na mesma filosofia, antes mesmo que ele tenha interesse pela televisão, você já oferece o desafio dos blocos.
A disciplina positiva é sem dúvida uma forma muito racional de criar seus filhos, mas é preciso entender ela à fundo. Jane Nelson escreveu mais de 7 livros à respeito, e no Brasil e no mundo existem grupos de apoio para pais que optaram por usar a disciplina positiva, pois como uma escolha de vida, ela oferece muitos desafios. Uma vez que você tenha optado por ela, é preciso manter-se firme. Ou você pode também pegar o melhor dela.
Para aqueles que entendem um pouco, aplicam na criação dos seus filhos, um desafio: Como dar anti-térmico para seu filho de dois anos usando a disciplina positiva? Ele esperneia, recusa, cospe e não pode ficar sem o remédio para entender esta consequência! Desafio lançado,quero muitos comentários com sugestão!
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