Bebês e Crianças

Estomatite – o que é, causas, tratamento e prevenção

O termo Estomatite se refere a um termo bem amplo utilizado para inflamações na cavidade bucal.

A estomatite é mais frequente em crianças do que em adultos pois geralmente a partir dos seis meses de idade, quando se inicia a introdução alimentar muitas mães interrompem a amamentação, e sendo assim os anticorpos da mãe param de passar para o bebê (pois eles são repassados pela amamentação e fundamentais para a proteção do bebê), tornando-os então mais suscetível as inflamações. E também é bem comum de surgir quando a criança inicia na escolinha por volta dos dois anos, pois o contato com outras crianças permite o contágio mais rápido com esse tipo de doença.

A estomatite mais comuns em crianças são:

  • A estomatite aftosa (a mais comum), que são ulcerações dolorosas na cavidade bucal conhecidas como aftas;
  • A estomatite herpética, conhecida também como gengivoestomatite infantil, que é o vírus da herpes simples tipo 1 HSV-1 (extremamente comum, cerca de 90% da população brasileira já teve contato com esse vírus);
  • A estomatite conhecida também como Síndrome mão-pé-boca, causada pelo vírus coxsackie.

A estomatite herpética e da Síndrome mão-pé-boca são causadas por vírus, enquanto a estomatite aftosa pode ser causada por traumas ou alergias.

Elas tendem a serem mais comuns de surgir na época de outono e inverno pois devido ao grande volume de casos de gripes e resfriados que acabam baixando a imunidade e deixando as crianças mais suscetíveis à outros vírus. Também nessa época do ano é comum frequentarmos lugares mais fechados por conta do frio, facilitando assim a transmissão dos vírus tanto pela saliva quando pelo contato com as lesões.

Quais os sintomas da Estomatite?

As primeiras manifestações surgem geralmente após cinco dias do contágio com uma pessoa doente, que são:

  • Febre alta de até 40ºC;
  • Dor;
  • Falta de apetite e no caso de bebês a recusa por mamar;
  • Irritabilidade, choro fácil da criança;
  • Pequenas lesões que aparecem na boca, garganta e gengiva que podem apresentar coloração cinza, amarela ou bastante vermelha e seu tamanho pode varia de 1 a 5 mm;
  • Hálito Forte;
  • Inchaço das amígdalas;
  • Baba constante;
  • Muita sede (pela dificuldade de engolir).

Aproveite e confira:


O quando da estomatite geralmente evolui da seguinte maneira:

1- A gengiva fica avermelhada e surgem pequenas erupções arredondadas.

2- Já no dia seguinte, aparecem bolhas que se rompem, dando origem a pequenas lesões, semelhantes a aftas redondas e amareladas, que se espalham por toda a boca, gengiva, língua, faringe e até as amígdalas.

3- Os demais sintomas surgem como consequência como dor, irritabilidade, falta de apetite, etc.

Em geral todo o quadro viral da criança dura de dez a 15 dias, mas o período mais crítico é entre o terceiro e o sétimo dia.

Portanto quando a criança apresentar os primeiros sintomas procure um profissional de saúde, para fazer uma avaliação e confirmar o laudo da estomatite para poder realizar o tratamento adequado.

E há chances também de crianças que já contraíram o vírus, terem recorrência do vírus de novo, pois o vírus permanece em estado latente, pela vida toda no organismo. Portanto se o sistema imunológico ficar enfraquecido, ele pode voltar a se manifestar.

Tratamento da Estomatite

O tratamento é indicado pelo profissional de saúde e visa combater os sintomas da infecção. Podem ser receitados medicamentos para alívio da dor e desconforto bem como antitérmicos para controle da febre. Mas alguns cuidados podem ser administrados em casa de modo geral como:

  • Repouso;
  • Ingerir bastante líquidos e alimentos pastosos de preferência frios, com pouco tempero e pouco ácidos como: iogurte, sorvete, gelatina, sucos de frutas como maçã e mamão ou outra de preferência do seu filho desde que não seja ácido, purês de frutas, etc.
  • Para os bebês que ainda mamam, ofertar com mais frequência;
  • Fazer a higiene bucal corretamente, para reduzir as chances da infecção agravar.

É importante lembrar que as crianças que frequentam creches ou escolas não devem ir por um período de 15 dias pois elas podem contaminar outras crianças.

Como fazer a higiene bucal

É muito comum justamente pela sensibilidade local, as crianças se recusarem a fazer a higiene bucal, como consequência podem surgir sangramentos e mau hálito, além de aumentar os riscos da infecção se agravar. Portanto a higiene bucal deve ser realizada com gazes embebidas em soro fisiológico para limpar as gengivas e os dentes com muita delicadeza e paciência.

Pode haver complicações?

Se o diagnóstico for feito precocemente e o tratamento adequado for realizado corretamente é raro haver complicações. As maiores complicações são pela desidratação uma vez que a criança por conta das feridas tende a recusar a ingestão de líquidos, por isso se precisa estar atento para a oferta de alimentos adequados que despertem o interesse da criança pela ingestão dos mesmos e outra complicação comum da estomatite é a gengivite, que é uma inflamação nas gengivas provocando sangramento na região.

A complicação mais grave é relacionado ao vírus da herpes que pode atingir os olhos, causando danos graves e permanentes na visão das crianças, portanto se notar que seu filho está com os olhos vermelhos, irritados e sensíveis juntamente com os demais sintomas que já foram citados característicos da estomatite, procure um pronto atendimento o mais rápido possível, pois pode ser que a infecção viral tenha alcançado a córnea.

Prevenção

Existe prevenção para estomatites? Como se trata de vírus, não existe uma prevenção muito eficiente mas alguns cuidados podem ser tomados para diminuir o risco de contágio, como:

  • Lavar bem as mãos com água e sabão;
  • Higienizar com sabão ou detergente os objetos que a criança costuma levar a boca com frequência ( nestes casos prefira itens com materiais que facilitam a limpeza como plástico por exemplo);
  • Não compartilhe itens pessoais como talheres, copos, escovas de dentes.


Ana Paula Fernandes - Equipe Sou Mãe

Casada, mãe de quatro (2 meninas e 2 meninos) e Baby Planner certificada internacionalmente pelo IMPI.

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Ana Paula Fernandes - Equipe Sou Mãe
Tags: saúde bucal

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