As contrações de Braxton-Hicks, ou contrações de treinamento são comuns na gravidez de quase todas as mulheres, mas nem sempre são percebidas. A questão é que em se tratando do nosso bebê, quando alguma coisa estranha acontece no nosso corpo, ligamos todos os sinais de alerta, não é mesmo?
Falamos na coluna maternidade insana dessa semana sobre o que o estresse pode causar no organismo de forma geral e também para a gravidez e fase da amamentação. Por isso é importante entender o que são as contrações de Braxton-Hicks e desligar de vez esses sinais de alerta que nos estressam, deixando seu bebê se desenvolver na “santa paz do útero”. Combinado? Então senta que lá vem história!
O que são as contrações de Braxton-Hicks e para que servem?
Pensa quando você vai à academia. Antes de malhar pesado você precisa se alongar e aquecer, certo? Não estou dizendo que o parto é igual malhar pesado, mas com certeza as contrações de Braxton-Hicks podem ser entendidas como um alongamento e aquecimento do útero para o trabalho de parto. É uma preparação do corpo necessária na gravidez, ok?! Pode ficar tranquila.
Em qual período da gravidez elas ocorrem?
Elas podem começar com oito semanas de gravidez (ou seja, algumas mulheres ainda nem vão saber sobre a gravidez e o útero delas já vai estar no “1,2,3 do alongamento”), mas são mais comuns no último trimestre, quando em cada espirro achamos que algo está acontecendo, sabe?
Qual as sensações das contrações de Braxton-Hicks?
A “boa notícia” é que elas são diferentes das contrações efetivas do parto. Primeiro, elas ficam concentradas na barriga da grávida, e até mesmo um lado da barriga pode ficar mais duro que o outro, sem causar dor. Elas são irregulares e normalmente melhoram quando a grávida muda de posição.
As contrações do parto iniciam normalmente como uma cólica mestrual, na região das costas ou baixo ventre e vão evoluindo. Mesmo que não comecem ritmadas, a tendência e de se alinharem e ficarem cada vez mais frequentes.
Como aliviar as contrações de treinamento?
A primeira coisa a se fazer é relaxar e saber que está tudo bem com seu bebê. Depois, tente beber algum líquido ou esvaziar a bexiga. Em alguns casos, tanto a desidratação quanto a bexiga cheia podem fazer o útero contrair.
Outra dica já mencionada é mudar de posição. Se estiver caminhando, sente-se. Se estiver sentada, deite-se. Elas não costumam ser dolorosas, mas essas atitudes normalmente interrompem “o treinamento” do útero. Fazer respirações soltando o ar pela boca e ritmadas também costumam aliviar.
Você precisa ficar atenta à outros sinais do seu corpo, principalmente aqueles relacionados ao trabalho de parto. Considere também o tempo de gravidez. Se sua bolsa estourar, o tampão mucoso sair ou outro sintoma relacionado ao trabalho de parto for identificado, ligue para seu obstetra e peça orientações de como proceder, é um direito de toda grávida e de toda criança ter o amparo médico nos momentos de dúvida e de dor.
As vezes ficamos com vergonha e em alguns casos alguns médicos até comentem violência obstétrica de intimidação, dizendo que é “frescura da grávida” ou coisa do tipo. Se isso acontecer, no momento, ignore e foque no principal, que é certificar-se que tudo está bem. Depois, denuncie. As estatísticas sobre violência obstétrica no Brasil são poucas perto do número de ocorrências. Mas o assunto somente será tratado com mais seriedade se os casos forem expostos. E se quiser, mude de médico também! #prontofalei