Hoje tem post super especial das psicólogas Paola Richter 07/25621 e Natana Consoli 07/25622 da página Eaí Psi?
Será que nossas crianças estão com atividades em excesso? Confira o texto e descubra.
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De repente já é Natal, de repente já é fim de ano, de repente o bebê já fez um ano, dois, três, cinco e dez! De repente ele cresceu… Em nosso texto anterior, falamos sobre a importância de estarmos presentes na vida das crianças, do quanto a presença é mais importante do que os presentes comprados em lojas.
Seguindo o fio da meada, hoje queremos falar sobre o entulhamento de atividades que muitas crianças têm: judô, inglês, balé, dança, xadrez, natação, colégio e etc. Depois disso, os pequenos chegam em casa e precisam lanchar, fazer as tarefas escolares e pum: dormir! Afinal, estão cansados e possivelmente já está tarde, considerando que no dia seguinte eles tenham uma agenda cheia!
É claro que cada atividade citada tem sua importância para o desenvolvimento da criança, tanto emocional quanto cognitivo, porém, o que percebemos atualmente é um excesso de estímulos para as crianças pré-escolares. De um lado pais que precisam trabalhar e de outro lado ofertas de cursos com profissionais qualificados que estarão estimulando e ensinando algo a seu filho, parece ótimo, não?
E nós não estamos aqui para dizer que vocês estão errados! Quem não acha lindo ver nossos pimpolhos dançando balé? Ou arrasando no xadrez? E quando a gente dá aquele sermão e eles, com aquele tamanho todo, respondem “I Love you mamãe”? que amolece qualquer coração?! Enfim, tudo isso faz valer cada centavo gasto com esse entulhamento de atividades e nos faz acreditar que estamos no caminho certo! Porém, nós estamos aqui para dar uma refletida sobre esse caminho!
Se seu filhote tem menos de 4 aninhos tá na hora de dar uma repensada na quantidade de tarefas que ele tem que dar conta! Essas atividades cumprem uma função importante sim, porém, a questão está no equilíbrio! Nossa dica é que crianças pequenas tenham apenas uma atividade. O restante do tempo deve ser livre para brincar. Isso mesmo, brincar! Brincar é uma das atividades mais importantes que a criança pode e deve fazer.
Segundo Winnicott, um grande psicanalista infantil, é somente brincando que a criança pode ser criativa, descobrindo-se. Isto é, a brincadeira já é por si só a atividade mais estimulante que existe. Nela a criança cria, imagina, fantasia, faz associações, assimila o que acontece no seu dia a dia, entre outras tantas coisas. Brincando as crianças se comunicam.
Esse é o único período da vida que o ser humano é livre de obrigações e responsabilidades, é preciso começar devagar para que a criança não se encha de atividades e lá pelos 9, 10 anos de idade esteja esgotada emocionalmente e com um cansaço físico. Isso pode refletir, fazendo com que a criança tenha falta de desejo de buscar por atividades na fase em que deveria fazer isso.
Por isso, deixem seus filhotes livres para brincar, apenas brincar! O único compromisso que as crianças nessa idade devem ter é brincar e ir pra escolinha. E outra dica é observar se a escola tem horas de brincadeira livre, nas quais a criança pode escolher o brinquedo que estiver com vontade de brincar, pode sentar no lugar da sala que se sentir mais a vontade e perto do colega que preferir. Isso é brincadeira livre. Lembrando que, os professores devem brincar junto com as crianças, sentar no chão, escolher brinquedos, inventar brincadeiras, convidá-los e se fazerem presentes. Dar tempo para a criança brincar NÃO é sinônimo de dar folga para o adulto/cuidador!
Conforme a criança vai crescendo, o número de atividades a ser introduzido pode e deve ir aumentando, bem como a responsabilidade pelos seus deveres também irá aumentar. Mas isso será assunto do nosso próximo texto! Até lá, papais e mamães, liberem seus filhotes dos compromissos e deixem eles passarem o dia brincando e brincando muito!