No geral, a maioria das mulheres dizem “o leite materno é muito rico”, “é o alimento mais completo do mundo” e “é muito importante para o desenvolvimento do bebê”.
Isso tudo é muito verdade, mas você sabe dizer porquê? Qual a riqueza dele? O que ele contém que o faz ser o alimento mais completo possível?
Para a produção do leite, nós derretemos parte do nosso corpo. Agora me diz, isso não é muito maluco? Ok, ok, estou falando de gordura, o que aliás derreter e mandar para fora do nosso corpo não é nada mau, mas se você pensar na função de um depósito saudável de gordura em nosso corpo, ele serve para nos proteger também, manter um estoque de energia.
E você pensar também que está derretendo isso para passar para seu bebê é maravilhoso, não é?! Mas não para por aí. O leite materno possui proteína, carboidrato, gordura, vitamina, nutrientes,anti-corpos e água na medida exata da necessidade do bebê de acordo com a idade dele.
Um adulto precisa beber em média dois litros de água por dia. Isso demonstra o quanto a água é essencial para nosso organismo, e um bebê não precisa tomar nem uma gota de água sequer se estiver amamentando exclusivamente.
Na verdade, quanto mais se estuda o leite materno, mas riquezas se descobrem dentro dele. Esse quadro abaixo está em inglês, mas muitos nomes são parecidos com o português. Carboidrato, proteína, vitaminas, anticorpos. Estão todos aí. Mas mesmo sem fazer nenhum esforço de tradução, parece lógico comparar que a vasta lista de componentes do leite materno (Breastmilk) é muito superior ao leite em pó, ou fórmula, como está cada vez mais comum chamar.
O colostro, o primeiro leite que é produzido e sugado pelo bebê quando nasce é pobre em gordura, mas rico em proteína e carboidrato, o que o torna mais digestivo para o organismo do recém-nascido, que precisa do alimento rapidamente, mas seu sistema digestivo ainda está em “testdrive”. Ele também tem uma combinação laxativa, que ajuda na liberação do mecônio!
Tá ficando interessante? Então continua.
O leite materno “maduro” tem em média 3 a 5% de gordura, e é o que o bebê mamará depois de alguns dias de nascido. Ele é rico em uma série de vitaminas e sais minerais que são essenciais para o bom desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. Não é preciso dizer que os bebês estão em pleno desenvolvimento e que alguns estudos atestam que bebês alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses possuem maior QI.
O principal carboidrato do leite materno é a lactose, mas existem uma série de açucares presentes exclusivamente no leite materno que ainda estão sendo descobertos. Algumas cadeias de oligosacaroses (esses açucares que estamos falando) não são digeridas pelo organismo do bebê, mais por microrganismos que vivem em seus sistemas digestivos.
Agora me diz, seu leite alimenta não só seu filho, mas os milhares de microrganismos (ou bactérias, para ser mais exata. A gente não quer pensar que existem bactérias no organismo de um bebê recém-nascido, mas a verdade é que são micróbios do bem!) do corpo do seu filho. E o que você acha que acontece com esses microrganismos se eles não recebem os açucares deles? Lembrando que esses açucares são EXCLUSIVOS do leite materno. Significa dizer que não foram sintetizados nem encontrados em outros alimentos.
Então, pelo que pode deduzir é que o leite materno é vivo e mutante! Ela não só alimenta e nutri seu filho, mas tudo que está vivo no organismo dele. Ele muda sua composição conforme a necessidade do bebê e a maturidade do organismo. E o mais incrível de tudo é que o leite não só alimenta e nutri, ele também ensina o bebê.
Meu leite não foi igual ao leite da Gisele, a mãe do SOUMÃE. E também não foi igual ao leite da Fernanda, que escreve a coluna Maternidade Transformadora que é maravilhosa. Mas além de ser diferente de mãe para mãe, também é diferente dia após dia, refeição após refeição.
Por isso é importante sempre caprichar em uma alimentação saudável. Para que nosso pequeno Chef que habita nosso corpo decida como vai ser o leite oferecido no dia. Essa variação de sabores e cheiros faz com que o bebê seja estimulado à sabores e sensações diferentes.
Não tô dizendo que assim ele vai gostar de cenoura ou brócolis, mas talvez por despertar uma curiosidade do “como o leite da mamãe está hoje?” do sistema digestivo dele, quando houver a introdução dos alimentos sólidos, ele não vai encarar aquilo como um monstro, e sim como uma experiência de sabores.
Falar do leite materno não tem fim. Estudos da Phd. Katie Hinde afirmam que durante a sucção feita pelo bebê durante a mamada, uma pequena quantidade de saliva do bebê é injetada dentro da mama. O organismo da mãe identifica a presença de algum vírus e imediatamente envia através do leite os anti-corpos necessários.
É sem dúvida o presente mais lindo que se pode dar a um filho. Lembrando que algumas mulheres não conseguem amamentar, mas podem recorrer aos Bancos de Leite Materno também.
Fonte: The Strange e The Milk Meg
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