O líquido amniótico é o fluido que envolve o bebê durante toda a gestação preenchendo a bolsa amniótica (que é uma membrana que envolve o bebê e o líquido), e é justamente esse líquido que sai quando a bolsa rompe, sendo um dos indicadores que a hora do bebê nascer está chegando.
A bolsa amniótica se forma no começo da gestação, por volta da segunda semana contendo uma pequena quantidade de líquido basicamente composta por água proveniente do organismo materno, e ao longo dos primeiros quatro meses de gestação a placenta e as membranas vão produzindo mais líquido amniótico. A partir do quinto mês de gestação quem passa a produzir o líquido é o próprio bebê, exercitando os seus aparelhos digestivos e respiratórios. Pois seus orgãos estão começando a funcionar e eliminam urina rica em sódio e ureia dentro do saco amniótico, depois o líquido é deglutido pelo bebê que chega ao intestino e é absorvido e filtrado pelos rins e depois eliminado novamente na urina, esse ciclo se mantém até o fim da gestação. A renovação do líquido é constante e ocorre entre 18 e 24 horas. Até o fim da gestação o volume de líquido é em torno de 700ml a 1 litro e vai diminuindo conforme a hora do parto vai se aproximando.
Nos primeiros meses o líquido amniótico é claro e transparente e no fim da gestação ele se torna turvo e leitoso por conta dos resíduos que o bebê elimina como urina, glicose, proteínas, células descamadas, hormônios, pigmentos, sais inorgânicos e lipídios. O pH do líquido varia ao longo da gestação, mas deve permanecer dentro da faixa neutra entre 7,0 e 7,5.
O líquido amniótico tem diversas funções importantes na proteção e no desenvolvimento do bebê, que vão além de só preencher a bolsa amniótica, confira algumas delas abaixo:
- Proteção mecânica contra traumas por choques e movimentos bruscos;
- Proteção do cordão umbilical contra compressões que impediriam o fluxo de oxigênio e nutrientes para o bebê;
- Proteção do bebê contra infecções devido às propriedades antibióticas;
- Estímulo ao desenvolvimento do sistema digestivo já que o bebê engole o líquido amniótico;
- Estímulo ao desenvolvimento do sistema respiratório do bebê pois algumas substâncias no líquido amniótico estimulam o crescimento e a maturação dos pulmões;
- Manutenção de uma temperatura constante dentro do útero;
- Mais espaço para que o bebê se movimente e desenvolva os músculos e os ossos, ao mesmo tempo em que reduz o gasto de energia desses movimentos.
Se o volume de líquido amniótico estiver irregular, como ter em excesso ou ter pouco líquido podem gerar complicações na gravidez que podem afetar a gestante, o bebê ou ambos.
Líquido amniótico em excesso
Quando o líquido amniótico está em excesso (poli-hidrâmnios ou hidrâmnios) alargam o útero e consequentemente exerce pressão sobre o diafragma de gestantes.
Principais causas para o acúmulo de líquido:
- Diabetes em gestantes;
- Gestação gemelar;
- Incompatibilidade de Rh, ou seja, anticorpos anti-Rh são produzidos pela gestante;
- Problemas congênitos no bebê;
- Infecções;
- Doenças genéticas.
O excesso de líquido amniótico pode dar origem a vários problemas:
- A mulher pode ter problemas respiratórios graves;
- A mulher pode ter sangramento vaginal após o parto;
- O trabalho de parto pode ter início precocemente, antes da 37ª semana de gestação (trabalho de parto prematuro).
- As membranas ao redor do feto podem se romper precocemente (um evento denominado ruptura prematura das membranas).
- O feto pode estar em uma posição ou apresentação anômala, o que, às vezes, exige a realização de parto por cesariana.
- O cordão umbilical pode sair da vagina antes do bebê (um evento denominado prolapso do cordão umbilical).
- A placenta pode se desprender da parede do útero precocemente (chamado descolamento da placenta).
- O feto pode morrer.
(Fonte de pesquisa: Cordvida)
Líquido amniótico em escassez
Quando ocorre pouca produção de líquido amniótico, alguns fatores podem estar ligados como:
- O bebê tem problemas congênitos no trato urinário, especialmente nos rins;
- Desidratação, a redução de líquidos no corpo da mulher de modo geral;
- O bebê não cresceu tanto quanto esperado (restrição do crescimento intrauterino);
- O bebê tem uma anomalia cromossômica;
- A placenta não está funcionando normalmente (assim, o feto pode não crescer tanto quanto o esperado);
- A gestação está tendo uma duração excessiva, geralmente posterior a 40 semanas;
- As membranas ao redor do feto podem se romper precocemente (ruptura prematura das membranas);
- Administração de medicamentos inibidores da enzima de conversão angiotensina (ECA);
- Administração de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides.
Muito pouco líquido amniótico (oligo-hidrâmnios) também podem causar os seguintes problemas:
- Caso a quantidade de líquido esteja bastante reduzida, o feto pode ser comprimido, causando deformações nos membros, nariz achatado, queixo recuado e outros problemas.
- É possível que os pulmões do feto não amadurecem normalmente. (A combinação de pulmões não desenvolvidos e deformidades é denominada síndrome de Potter.)
- O feto talvez não consiga tolerar o trabalho de parto, o que torna necessário o parto por cesariana.
- O feto pode morrer.
- O feto talvez não cresça tanto quanto o esperado.
(Fonte de pesquisa: Cordvida)
Quando é verificado a diminuição no volume de líquido amniótico nas primeiras 24 semanas de gestação, é recomendado que a gestante permanece em repouso e beba bastante água, pois essas medidas além de evitar a perda de líquido aumentam a produção do mesmo.
Quantidade de líquido amniótico desejável por período
A quantidade de líquido amniótico durante a gestação vai aumentando cerca de 25ml até a 15ª semana de gestação e depois produz 50 ml por semana até às 34 semanas e, a partir daí vai diminuindo até à data do parto. Abaixo a quantidade ideal de líquido por trimestre:
- 1º Trimestre (entre 1 e 12 semanas): há cerca de 50 ml de líquido amniótico;
- 2º Trimestre (entre 13 e 24 semanas): aproximadamente 600 ml de líquido amniótico;
- 3º Trimestre (a partir das 25 semanas até o final da gravidez): há entre 1000 a 1500 ml de líquido amniótico.
(Fonte de pesquisa: Tua saúde)
A quantidade líquido amniótico pode ser determinada com o Ultrassom, pois através das imagens dos bolsões de líquido entre o bebê e a parede uterina o médico consegue calcular o Índice de Líquido Amniótico (ILA).
Amniocentese
É um procedimento invasivo que consiste em coletar parte do líquido amniótico para análise das células do bebê (pois como a bolsa e o líquido se formam a partir do zigoto, contem o mesmo material genético que o bebê) indicado para investigação de síndromes cromossômicas. No entanto esse procedimento apresenta riscos como sangramento e aborto.