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Pais não são eternos: como ajudar no luto infantil?

Além da dor em perder um ente querido, o desafio é ainda maior quando há crianças envolvidas no processo de luto, especialmente quando se trata da perda do pai ou da mãe. Diversas são as dúvidas de parentes em como lidar com o luto infantil.

  • Como contar?
  • Como ajudá-las a passar por esse momento difícil? 
  • Como amenizar o sofrimento?

Afinal, para uma criança pode não ser fácil entender a ideia de não ter mais a pessoa amada fisicamente presente. Por isso hoje temos a participação da especialista em cuidados infantis, Mariana Zanotto, que separou algumas dicas para ajudar a criança a lidar com a perda dos pais. 

1. Seja honesto em relação aos fatos.

Temos uma facilidade incrível de omitir e evitar as conversas que são realmente dolorosas, mas isso não ajuda a criança que também necessita de um encerramento para a perda. É importante oferecer informações suficientes para a criança entender o que aconteceu, mas sempre respeitando a sua idade e sua habilidade de compreensão. Explicações lúdicas são boas para algumas idades, porém precisa-se garantir que os fatos não sejam nem distorcidos em excesso, nem realistas demais, pois podem ser extremamente impactantes e difíceis de digerir para crianças menores. 

2. Peça ajuda.

De amigos queridos, parentes e até mesmo um acompanhamento psicológico.

“Não somente para as crianças, mas também para aqueles que dão suporte à ela, pois neste momento delicado toda maturidade e compreensão será necessária”, explica Zanotto.

3. Permita que a criança conte sua própria história.

É fácil deixar a criança desamparada, pois nossa necessidade de “resolver” ou “evitar” sofrimento compromete até mesmo nossa disponibilidade para dar atenção e realmente ouvir o que elas têm para contar sobre a experiência que estão vivendo. Contar histórias é uma ótima maneira para curar dores e anseios.


Aproveite e confira:


4. Busque eventualmente dar continuidade à vida.

Retomar as atividades da vida pode ser será um grande desafio, dependendo de como tudo aconteceu. Mesmo assim, é necessário que a criança volte à sua rotina, como escola, atividades extracurriculares e afins. Tudo isso com muita calma e cuidado para não negligenciar suas necessidades emocionais.

“Oferte carinho e amparo durante a volta às

atividades. Converse com os adultos envolvidos e garanta suporte para a criança também fora de casa. Esteja aberto para conversar com as pessoas sobre como você gostaria de tratar essa transição”, finaliza a especialista.

5. Priorize a conexão entre você e a criança.

Vocês dois estão sofrendo e essa dor precisa ser confortada. Não tenha medo de verbalizar quando você não tem a resposta para as suas perguntas ou sobre como ajudar a criança. Neste momento, esteja disponível para descobrir junto com a criança uma possível solução ou resposta para o acontecido. Aceite os sentimentos da criança evitando frases que diminuam a intensidade do seu sofrimento. Troque frases como “calma amor, vai passar” por “isso mesmo, meu amor, coloque para fora.”

6. A morte gera uma sensação de insegurança sobre a vida na criança.

Por isso, ajude a restaurar essa sensação de segurança atendendo às suas necessidades básicas, deixando claro quem irá cuidar dela desse momento em diante, esclarecendo dúvidas sobre sua saúde ou segurança (eu também vou ficar dodói e morrer?). Finalmente, é importante lembrar que algumas crianças acabam se sentindo culpadas pela perda. Trabalhar esses medos é muito importante para amenizar essa situação.

7. Mantenha a imagem materna/paterna viva.

Talvez isso aconteça um pouco mais adiante, sei que é difícil, mas é importante criar momentos e/ou fazer atividades para ajudar a criança a lembrar do amor materno/paterno. Um álbum de fotos especial ou uma caixa com objetos que contam a história da mamãe ou do papai são maneiras perfeitas para ajudar com isso. 

Não há uma fórmula sobre como passar por esse momento difícil, tão particular e tão íntimo, já que a criança também vai lidar da sua própria maneira com a perda do pai ou da mãe.

O mais importante é não se esquecer de semear amor e companheirismo nesse momento!

Gisele Cirolini

Mãe de duas meninas. Apaixonada por livros. Simplificando o dia a dia. Fundadora do Sou Mãe.  Baby Planner certificada internacionalmente pelo IMPI e Marketing Digital pela Udacity.

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Gisele Cirolini

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