O final de ano é cheio de propagandas institucionais inspiradoras, de pessoas fazendo o bem às outras, e o que normalmente fazemos é compartilhar esses vídeos escrevendo nossos sinceros sentimentos, de como aquilo nos emocionou.
Na internet também vemos várias fotos de atos de generosidade, e isso tudo é tão inspirador naqueles poucos minutos que estamos prestando atenção, mas nem sempre nos faz mudar nossas atitudes.
Claro, concordo com você que a internet não está aqui para nos dar lição de moral, na verdade a internet ainda é uma grande interrogação para mim. Trabalho através dela, mas o quanto ela vem me roubando das relações pessoais?
Por isso, resolvi propor para mim e à vocês 6 coisas para fazer com seus filhos antes do ano acabar que são inspiradoras. E porque? Porque elas são ótimas situações de aprendizado para vocês, seus filhos e para a comunidade que vocês vivem.
Eu sei que você dança a música do Patati Patata, Galinha Pintadinha e afins, mas prepare algo especial.
Diga à ele que vocês vão sair, vista um vestido de festa, uma roupa linda nele. Depois, diminua as luzes da casa e coloque uma música bem gostosa e dance. Deixe ele achar estranho, deixe ele emburrar e apenas continue até que ele entre na brincadeira.
Vocês não precisam de momentos especiais para se vestirem e se sentirem especiais, faça ele entender isso.
Você lembra daquele vídeo que falava sobre os exemplos que nossos filhos copiavam? Aquele que o menino xinga a mãe repetindo o ato do pai, e uma menina finge fumar um cigarro imitando a mãe?
Chocante, né?! Mas verdadeiro. Sei que quando você assistiu aquele vídeo, sentiu um incômodo terrível, de que até mesmo fazer aquela propaganda deveria ter sido uma péssima experiência para aquelas crianças, mas também deve ter concordado que algumas pessoas só se sentem tocadas por situações extremas.
Pois então, agora é hora de produzir bons exemplos, e não só até o ano acabar, que fique claro.
Quando passar por um papel de bala ou algo que esteja sujando a rua, não tente aquele velho discurso “viu filho, é errado jogar papel no chão blá blá blá”. Ao invés disso, abaixe, pegue o papel e jogue no lixo sem falar nada. E repita isso diversas vezes sem falar nada. Se for algo grande, peça ajuda do seu filho sem porém dizer nenhuma lição de moral.
Com certeza isso será muito mais produtivamente absorvido por ele e a consciência ecológica dele será estimulada.
O mundo está cada vez mais louco e competitivo. Por incrível que pareça, ain
da existem pessoas decidindo entre ganhar dinheiro e fazer o que gosta. Além disso, a falta de respeito com as pessoas que estão trabalhando para nos atender nos estabelecimentos é tão grande que choca.Elogie o trabalho do policial de trânsito, ou a voz da recepcionista do pediatra do seu filho. As vezes a pessoa está em um dia péssimo e de questionamento e você vai mostrar para seu filho que um gesto simples e sincero pode mudar o dia de uma pessoa.
É evidente que ele vai perceber que todas as profissões são honrosas, e não só a do pai e da mãe dele. Além do mais, ele vai entender que os elogios que você faz não são só para ele!
Não precisa marcar dia e horário para isso, tá?! Apenas seja mulher, seja você mesma e deixe suas emoções aflorarem.
Tô dizendo isso porque ontem mesmo segurei o choro na apresentação de fim de ano do meu filho. E sabe porque eu fiz essa besteira? PORQUE EU ESTAVA SOZINHA E NÃO QUERIA CHORAR ALÉM DO ACEITÁVEL!
É sério, amiga. Eu fiz isso e hoje estou arrependida, porque foi lindo, emocionante e mesmo que tivessem outras coisas da vida que estão me entristecendo e que pudessem aproveitar carona naquele choro, ele seria genuinamente feito de felicidade e orgulho, e eu segurei isso porque achei que todos iam achar “isso e aquilo”. Mas, e se achassem? Qual seria o problema? Né?
Nossos filhos precisam entender que somos tão humanas quanto eles, que sofremos, que rimos e choramos. Ninguém melhor do que os pais para ensinar empatia também!
Ajude, seja gentil. Abra a porta, aperte o botão do elevador, ajude a carregar algo pesado. Faça o que você gostaria que fizessem por você e que você gostaria que seu filho fizesse para alguém. Depois, comemore por ter feito isso e certifique-se que seu filho viu sua satisfação em ajudar alguém.
Ele vai logo entender que não se trata de uma “obrigação”, se trata de um prazer.
Uma das coisas que mais me assusta no meu filho é como ele tem dificuldade de perder, de não ser o melhor. Se ele souber que errar é aceitável e que também é enriquecedor, talvez ele não tenha medo de tentar.
Além disso, a cobrança que todos tem em “ser o melhor” vai na direção contrária da felicidade. Cada um pode ser muito bom em algo e ruim em muitas outras, mas é importante saber que mesmo naquela tarefa que somos muito bons, outras pessoas também podem ser, e o mais importante é sua evolução pessoal, não seu desempenho relacionado à de outra pessoa.
Não são tarefas de outro mundo, que você tem que ir em uma loja especializada e comprar materiais específicos. Para fazer isso hoje, até o final do ano ou para sempre, você só precisa querer ser melhor do que você foi hoje.
A maternidade é insana, mas nós não somos mães que ensinam apenas à comer de boca fechada, a dizer “por favor” e “obrigada”. Pense nisso.
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