Dia desses meu filho de sete anos me contou que um “coleguinha” da colônia de férias mandou ele mostrar a calcinha da colega que dormia no ônibus à caminho do cinema. Meu filho foi lá, levantou a saia da menina e eles riram até falar chega, uma vez que a menina não acordou. No outro dia, esse mesmo “coleguinha” disse para meu filho que ele deveria levar dois chicletes para dar para ele. Como chicletes e balas não são itens na nossa despensa em “livre demanda”, meu filho recusou e disse que não teria como fazer aquilo. Com a negativa, o tal “coleguinha badboy” disse que se meu filho não se “virasse” para conseguir os chicletes, que ele contaria para a menina e para o instrutor que ele tinha mostrado a calcinha dela para todos.
Escutando toda esta história, sentei com meu filho e perguntei o motivo dele estar me contando tudo aquilo, se era por arrependimento ou por não saber sair daquela situação. Não foi surpresa para mim quando ele respondeu que não sabia como se livrar da chantagem do “coleguinha”.
Eu então expliquei que o que eles tinham feito não tinha sido legal, que ele deveria antes de agir, pensar se a brincadeira com a menina seria respeitosa, e que ele não deveria obedecer nenhuma ordem que fosse prejudicial a outra pessoa, inclusive se esta ordem viesse de um adulto. Sugeri que ele procurasse o instrutor no outro dia, contasse a história e pedisse desculpas à colega, e assim ele fez. À noite me contou todo feliz que o instrutor elogiou o caráter dele, e que a garota havia aceitado as desculpas, mas que com isso ele havia perdido todos os outros amigos.
Duvido. Eu falei para ele. Duvido que você tenha perdido “amigos” por ter feito o que era certo. Você realmente acha que
eles eram seus amigos se te davam ordens para prejudicar outras pessoas? Ele pensou mais um pouco e disse que eles não eram legais, mas que sem eles, não teria mais ninguém para brincar. Eu fiquei com dó na hora, sei o que significa ser excluído de brincadeiras quando somos crianças, mas não podia deixar que isso atrapalhasse a construção do caráter do meu filho, por mais que isso fosse doloroso.Então disse que ele havia dado um exemplo para os colegas, e que as vezes as pessoas não gostam de perceber que elas fizeram algo de errado, mas que as pessoas de bom coração saberiam reconhecer o erro e agradecer quem os ajudou a enxergar. Ele foi relutante para o último dia de colônia de férias, mas ao voltar disse que tinha brincado com todos novamente.
Cara, eu fiquei muito agradecida por ter a oportunidade de discutir com meu filho esta questão, mas será que a mãe desse coleguinha ficou sabendo desta história? Será que ela deu tanta importância quanto eu?
É verdade também que quase toda mãe com filhos na escola tem um “coleguinha” da sala para questionar a índole e influência sobre seu filho, né?! Se não é na escola, é no prédio, no bairro, na escolinha de futebol ou no balé. A verdade é que sempre temos um “coleguinha do meu filho” para atribuir o mau comportamento dos nossos filhos.
Proponho que mudemos nossa visão dos “coleguinhas badboys”. Sem eles, não teríamos oportunidades de explicar o certo e o errado de algumas situações para nossos filhos. Além do mais, o fato dos nossos filhos serem convencidos pelos “coleguinhas badboys” a fazerem algo errado já é uma falha que nós precisamos corrigir. Então, vamos deixar os “coleguinhas badboys” em paz e vamos fazer nosso trabalho com nossos filhos, né?!
Um brinde aos “coleguinhas badboys”!
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