Hoje temos participação da Fernanda Curado do blog Que mãe sou eu. Confira!
Para os que me acompanham, acostumados a ler meus textos sobre os dilemas da maternidade x trabalho, sobre a vontade de parar de trabalhar fora e sobre minhas reflexões acerca de qualidade de vida, tempo em família, presença… enfim para todos aqueles que me conhecem há menos de 4 anos, deve ser difícil me imaginar como uma workaholic, mas acredite, eu já fui uma!
Aos 20 e tantos anos eu costumava ir ao escritório aos sábados por conta própria, só para aproveitar o silêncio e colocar algumas coisas em dia, sair do trabalho às 18h era atitude tão rara que o trânsito da cidade nem me incomodava tanto, e levar trabalho para casa só não era mais comum porque o acesso a redes e emails corporativos não era corriqueiro como hoje. Então veio Pedro, e àquela altura eu já não estava feliz no emprego que ocupava, e apenas a proposta irrecusável de redução da carga horária me fez ficar por mais um ano. Mas o fato é que mesmo a troca de emprego que veio a seguir, mesmo a chance de trabalhar em um dos projetos de que mais me orgulho, não me fez reviver aquele frisson pelo trabalho!
E eu não estou falando de responsabilidade e comprometimento, esses são valores que ou se tem ou não, e quando se tem, não deixamos de ter nem querendo (nem quando o chefe merece!) e muito menos porque nos tornamos mães, afinal a maternidade nos faz ainda mais fortes, ainda mais responsáveis, não?! Eu tô falando daquela motivação que vai além, daquela que te faria trabalhar pelos outros, que te faria dar conta de mais do que deveria, que te faria se voluntariar por causas que nem são suas…. Daquela vontade que precisa vir de dentro, que nenhuma ação de engajamento pode impulsionar… Então eu fico buscando onde foi parar essa tal vontade e finalmente entendo que não vou mais senti-la, a minha energia simplesmente está em outra coisa agora. E isso certamente não acontece com todas as mães (ainda bem!), mas porque comigo?
Outro dia minha chefe reclamava de uma falha, que eu já havia alertado que fatalmente acabaria acontecendo com nossa equipe tão reduzida, e ela então admitiu que estávamos mesmo sobrecarregadas mas que ela era muito exigente com o próprio trabalho e jamais se sentiria à
vontade em dar uma resposta daquelas a seu chefe…. Enfim, eu fiquei pensando que a Fernanda de 5 anos atrás também não, ela teria trabalhado por 3 pra suprir a demanda… mas a verdade é que eu não sou mais tão exigente, pelo menos não com o meu trabalho, e ali caiu a ficha…. todo aquele alto padrão de exigência eu havia transferido para a minha vida de mãe, toda aquela vontade de fazer mais e melhor sempre, todo o empenho em fazer bem feito, em entender o que estou fazendo…. sim, eu havia me tornado uma motherholic!Hoje me incomoda bem mais falhar em casa do que no trabalho, e como dar conta de tudo? Eu não dou! Minha cabeça não dá, meu corpo não dá…. e isso não me aflige, ao contrário de me culpar, foi mais fácil escolher, eu escolhi ser melhor mãe do que profissional, e nessa impossibilidade de encontrar o equilíbrio eu acabei culpando o trabalho por me impedir de ser a mãe que eu gostaria e não o contrário! E você talvez se pergunte se eu não sou meio maluca para admitir isso publicamente…. e eu devo ser mesmo, mas hoje eu preciso impor limites, só consigo me comprometer em fazer a minha parte, não almejo salários mais altos nem cargos de comando, há de haver um monte de gente disposta a ocupá-los, é a vez deles…. de minha parte prefiro contribuir com o mundo criando filhos que possam fazer dele um lugar melhor, e eu não enxergo outra maneira de fazê-lo que não estando mais presente. Da mesma forma que eu precisava fazer cerão e trazer trabalho para casa para me sentir realizada, eu preciso disso… não me basta pagar a natação eu preciso vê-lo nadar, não me basta ser mãe eu gosto de falar disso, ler sobre isso, escrever o que é isso! Não me basta escolher a melhor escola eu que levá-lo todos os dias, não me basta estar presente eu tenho que colocar energia nisso. E assim eu deixei de ser uma workaholic para ser motherholic, foi uma escolha natural e inconsciente.
Eu conheço uma penca de boas mães que são ótimas profissionais e vice-versa, mas o meio termo nunca foi o meu forte, e talvez por isso pense tanto em parar, eu não estou atingindo meus padrões de qualidade, não estou me realizando completamente nem numa coisa nem em outra!
Incentivar a leitura em crianças e adolescentes é um presente que os acompanha por toda…
O Dia de Ação de Graças, ou Thanksgiving, é uma celebração de origem norte-americana que…
Procurando histórias que inspirem fé e coragem nas jovens leitoras? Os livros "Corajosas" são a…
A leitura é uma das atividades mais importantes no desenvolvimento de uma criança. Quando se…
A linguagem é uma das habilidades mais complexas e fascinantes que os seres humanos desenvolvem.…
Um planner semanal é uma ferramenta poderosa para quem busca mais organização e controle sobre…