Bebês e Crianças

Naninha e outros objetos de transição

O objeto de transição (a famosa naninha) é muito comum na primeira infância e faz parte do desenvolvimento emocional da criança.

Ele pode ser um paninho, um ursinho de pelúcia, um brinquedo, um cobertor, uma roupa, ou pode ser também um comportamento como chupar os dedos, enrolar os cabelos, ou ainda uma música/história preferida da criança. O fato é que esse objeto de transição faz parte da vida do seu filho e consequentemente da sua família. Ele pode ser velho ou novo, ter nome ou não, estar inteiro ou já estar caindo aos pedaços não importa, o valor emocional dele é incalculável para a criança, pois ele lhe traz segurança e conforto.

Os objetos de transição ganharam esse nome pelo pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott em 1953, ele percebeu que nos primeiros meses de vida do bebê, ele acha que é um ser único com a sua mãe, justamente por todos os cuidados exclusivos voltados para o bebê neste momento, mas com o passar dos meses ele vai percebendo que é um indivíduo separado de sua mãe e se dá conta que sua mãe já não estará mais presente com ele o tempo todo, e é justamente nessa hora que entra o objeto de transição, que como o mesmo nome já diz, ele faz a transição emocional que a criança precisa, de apoio e segurança especialmente na hora de dormir.

Alguns fatos interessantes sobre os objetos de transição:

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1- Ter um objeto de transição é muito saudável!

Muitos pais, ficam com receios dos objetos de transição ou naninhas que os filhos passam a ter e ficam com medo de ser algo anormal. Mas eles são muito saudáveis para a vida emocional do seu filho(a), pois diminui a ansiedade do bebê principalmente nos momentos em que está separado da mãe, além de desenvolver a cognição e a afetividade na criança.

2- Nem todas as crianças tem objetos de transição!

Da mesma forma como não há nada de errado em ter um objeto de transição, também não há nada errado a criança NÃO ter um objeto de transição. Algumas crianças não sentem necessidade de usar um objeto ou uma naninha para lidar com a ansiedade e a separação da mãe.

3- Quem escolhe o objeto de transição?

A criança! É ela quem faz a escolha do seu objeto de transição ou naninha, ela escolhe qual objeto a deixa mais confortável e segura. É comum alguns pais utilizarem um pano, fralda, travesseiro ou bichinho de pelúcia para a criança usar enquanto pega no sono, mas isso não significa que a criança irá adotar tal item como seu objeto de transição ou naninha. A escolha é pessoal, e diz respeito a criança, pois é ela quem precisa se sentir conectada emocionalmente ao objeto escolhido.

4- Quantos objetos de transição a criança pode ter?

Quantos ela quiser! Quem determina tanto os objetos quanto a quantidade de objetos é a própria criança. Sendo assim ela pode querer todos na hora dormir, ou ir intercalando um ou outro, ela pode aceitar um objeto enquanto o outro está lavando, ou foi esquecido em outro lugar por exemplo.

5- Pode se lavar os objetos de transição?

O ideal é que seja lavado, por uma questão de higiene pois muitas crianças carregam seus objetos de transição por todo lugar e não só na hora de dormir e nesses casos, é bem comum que fiquem bem sujos, e como as crianças os levam para a cama na hora de dormir, não seria o recomendado dormir com o objeto sujo.

Mas também é sabido que quando o item é lavado, altera o cheiro, e o cheiro

do objeto o torna único para a criança e está diretamente ligado a sensação de prazer e conforto que o item trás. Nestes casos é preciso pesar os pós e contras e ver uma melhor forma de resolver a questão higiene X cheiro (afetividade).

Aproveite e confira:


6- Pode levar para fora de casa?

O ideal é que a criança não carregue seu objeto de transição para fora de casa, a não ser em situações emocionais em que a criança precise enfrentar e nesses casos necessite do objeto para lhe trazer conforto e segurança, como por exemplo na adaptação escolar. Nesse caso deixe a criança utilizar no período de adaptação mas depois explique a criança que o objeto precisará ficar guardado na mochila até hora da saída.

7- E no caso de perder ou esquecer o objeto de transição?

Essa situação infelizmente pode ocorrer com certa frequência (leia-se mais vezes do que gostaríamos que acontecesse), de perder ou esquecer de levar o objeto de transição da criança em uma viagem por exemplo. Nestes casos, não tem muito o que ser feito, a não ser conversar com a criança sobre o que de fato aconteceu, sem invenções ou meias-verdades, precisamos ser sinceros, justamente para passar confiança para a criança e deixar que a própria criança se adapte com o que tem disponível no local ( crianças são muito adaptáveis, elas encontram soluções simples para situações difíceis), ou ainda pode ser o momento ideal para abandonar o hábito. O que não pode ser feito é ignorar o sentimento da criança, de que ela está sofrendo sem o seu objeto de transição, pois essa atitude do adulto pode piorar ainda a situação, portanto ajude a criança a enfrentar a situação, com seu apoio.

8- E quando é hora de largar o hábito?

Tudo tem seu tempo, e conforme a criança vai crescendo ela também vai amadurecendo seus sentimentos, de forma a aprender a lidar melhor com suas frustrações, com a ausência, com a saudade, etc. E dessa forma ela naturalmente irá ” largar” o hábito do objeto de transição.

Caso isso não ocorra naturalmente e passe a trazer dificuldades como: a criança não conseguir se relacionar com outras pessoas, apresentar problemas na escola, etc. nestes casos o mais recomendado é que se procure ajude profissional para ajudar a criança a identificar o que está causando as crises de ansiedade.

Mas de forma nenhuma esconda, ou retire a força da criança pois isso pode ser mais traumatizante ainda, o que pode ser feito é ir substituindo gradualmente, ofertando outros itens (de forma a dividir a carga afetiva) ou negociar a troca do objeto por outro item que ela tenha interesse como um brinquedo ou uma viagem.

Dicas para ajudar na hora do sono do bebê:


Ana Paula Fernandes - Equipe Sou Mãe

Casada, mãe de quatro (2 meninas e 2 meninos) e Baby Planner certificada internacionalmente pelo IMPI.

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Ana Paula Fernandes - Equipe Sou Mãe

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