Se houvesse um manual de instruções sobre um bebê, um capítulo inteiro seria dedicado ao refluxo gastroesofágico com descrições detalhadas, figuras ilustrativas aterrorizantes e muitos conselhos para ter paciência e controle emocional para encarar as crises.

O refluxo no primeiro momento é considerado normal, pois o aparelho digestivo do bebê ainda está amadurecendo e se formando por completo. Ou seja, nossos filhos possuem um informativo grudado na testa de todo tamanho escrito “ESTAMOS TRABALHANDO” para que seus pais entendam que o funcionamento do seu organismo não está perfeito e ainda está em processo de amadurecimento.

Imagem: Pinterest

Por exemplo, os pais que estão observando o regurgitamento pós mamada ficando frequente precisam ligar o alerta, e como nos primeiros meses de vida as visitas ao pediatra são muito frequentes, devem comunicar ao pediatra com o melhor detalhamento possível da situação.

E o que é o refluxo, quais as possíveis causas dele no bebê?

Por definição, refluxo é uma doença digestiva em que parte do conteúdo e os ácidos presentes no estômago voltam pelo esôfago.

As possíveis causas são o aparelho digestivo ainda em desenvolvimento que pode não estar funcionando plenamente e o fato do volume que o estômago consegue digerir tenha sido ultrapassado. Normalmente o que ocorre é o regurgitamento ou golfada, as formas mais corretas de chamar a pequena quantidade de leite líquido ou coalhado que sai após a mamada.

No caso do refluxo o volume que retorna é na maioria das vezes maior a ponto de prejudicar o ganho de peso do bebê, além de causar alguns desconfortos nos pequenos.

Sintomas do refluxo

A diferença entre um refluxo e um regurgitamento é bem significativa e os pais precisam compreendê-las para informar ao pediatra exatamente o que ocorre na situação.

  • O volume de leite que volta no refluxo é quase sempre grande e pode comprometer o ganho de peso do bebê
  • Depois que o bebê tem o refluxo, ele fica irritado e com alguns desconfortos abdominais
  • O refluxo ocorre sem grande esforço muscular do bebê, mas após a liberação do conteúdo, ele pode sentir dores abdominais
  • Também podem ocorrer: chiados, otites, dificuldade para dormir acordando várias vezes durante o sono, sinusites e choro, muito choro.

Qual o tratamento para o refluxo?

A primeira medida a ser tomada é comunicar o pediatra que está acompanhando o desenvolvimento do bebê. Ele sempre questionará sobre o padrão alimentar do bebê e também irá conferir o peso, mas a informação também deve partir dos pais.

Existem tratamentos menos impactantes, como o uso de fórmula especial que fica mais densa ao chegar no estômago dificultando o retorno do líquido até aqueles casos cirúrgicos, e somente o pediatra poderá determinar qual será o tratamento.

Algumas medidas também podem ajudar, inclusive para os casos mais simples. São elas:

  • Deixe a criança arrotar ficando em posição vertical por pelo menos 15 minutos.
  • Sempre deixe o bebê dormindo de barriga para cima.
  • Não é necessário o uso de travesseiros para o bebê, mas se for utilizar, é aconselhável usar os travesseiros anti-sufocantes, que tem alguns buracos na espuma.
  • Aumente a posição da cabeceira do berço para que ele fique em uma posição mais elevada.
  • Mantenha a amamentação com leite materno

Quando o bebê está desconfortável e sentindo dor, até mesmo durante a mamada ele vai demonstrar o desconforto brigando com o peito. Isso pode causar dúvidas na mãe, que pode achar que existe algum problema com sua mama como os bicos invertidos ou planos. É preciso cuidado nesta avaliação.

O importante sobre o refluxo é que ele não deve tirar a deliciosa alegria de ter um bebê em casa, pois é temporário e normalmente desaparece nos primeiros seis meses de vida, mas também não pode ser menosprezado, pois pode comprometer o desenvolvimento do bebê. Como o tão sonhado manual de bebês não existe, o jeito é fazer como sempre foi feito por gerações e gerações de mães, usar o instinto materno e cuidar dos filhos com muito amor e paciência.

 

Amanda Gusmão

Mãe de dois meninos e de um blog, sou daquelas que tropeça e ri do próprio tombo. Mais normal que arroz com feijão, gosto de levantar a bandeira das "Sem bandeiras" na maternidade. Maternidade simples e divertida. Vamos lá?

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