O rotavírus é um vírus extremamente contagioso, sendo o principal causador de gastroenterite em crianças, doença caracterizada por diarréia, vômitos e febre e sua evolução não tratada causa desidratação em crianças entre três e quinze meses de idade, podendo inclusive levar a óbito.
O vírus é responsável em todo o mundo por cerca de 600 mil mortes anuais de crianças, destes 80% são registrados em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, pela falta de saneamento básico adequado e acesso limitado da população ao atendimento médico e aos tratamentos de reidratação.
A faixa etária de atuação do vírus é em sua maioria entre crianças abaixo dos cinco anos de idade, com registros ocasionais entre adultos. A maioria dos quadros graves é registrada entre crianças de três a 24 meses de idade, não antes dos três meses fato atribuído ao aleitamento materno que protege o bebê nos primeiros meses de vida.
Em países subtropicais a infeção por rotavírus tem maior incidência no inverno, e em ambientes escolares estima-se que uma única criança infectada pelo vírus pode ser responsável por gerar um surto em que 70% a 100% das crianças da comunidade contrairão o vírus. Por isso todo o cuidado é pouco, pois é um vírus altamente contagioso.
Os sintomas pela infecção do vírus surgem de forma repentina, e são mais graves em crianças menores, devido a imaturidade do sistema imunológico. O quadro clínico pode variar desde uma infecção assintomática ( geralmente entre crianças lactentes menores de três meses), uma diarréia leve até o quadro de maior gravidade seguido de desidratação.
Mesmo em quadros leves o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, porque tanto o vômito quanto a diarreia podem favorecer a desidratação da criança em poucas horas, podendo ser isotônico, acompanhada de acidose metabólica, levando ao aparecimento de outros sintomas como boca seca, lábios ressecados e olhos fundos.
Como existem vários sorotipos de rotavírus, a gastroenterite por este vírus pode ocorrer mais de uma vez. Sendo a primeira infecção geralmente a mais grave, após a segunda infecção as manifestações clínicas se abrandam e a doença tem menor probabilidade de evoluir para complicações mais graves.
Aproveite e confira:
No geral o médico pediatra realiza o diagnóstico da infecção por rotavírus através da avaliação de sintomas, caso seja necessário ele pode solicitar um exame de fezes para confirmar a presença do vírus.
O médico deve fazer o acompanhamento do quadro clínico da criança, ficando atento a qualquer sinal de desidratação como boca e pele seca, falta de suor, olheira nos olhos, diminuição nos batimentos cardíacos.
A transmissão do rotavírus ocorre predominantemente por via fecal-oral, pois as fezes das crianças infectadas apresentam altas concentrações de rotavírus que são excretados dois dias antes do início dos sintomas até 21 dias depois dos sinais e sintomas.
O vírus se dissemina muito facilmente de uma pessoa para outra, principalmente quando as pessoas com diarreia não lavam suas mãos com bastante cuidado depois de defecarem. A infecção também pode ocorrer se as pessoas tocarem a boca após tocarem em um objeto (como fralda ou brinquedo) contaminado por fezes infectadas. Todas as formas de transmissão envolvendo fezes infectadas são denominadas transmissão fecal-oral. As pessoas podem também ser infectadas se consumirem alimentos ou beberem água contaminados com o vírus.
Os adultos podem ser infectados após contato próximo com um bebê infectado, mas a doença grave ocorre raramente.
A transmissão por rotavírus pode ocorrer antes da criança apresentar sintomas até dois meses após a infecção estar controlada.
Além disso o vírus é extremamente resistente a sabonetes e desinfetantes podendo ser transmitindo assim por contato com superfícies contaminadas como brinquedos em ambientes escolares, propícios para surtos.
Infelizmente até mesmo as crianças vacinadas contra o rotavírus podem desenvolver a infecção, pois o objetivo da vacina é diminuir a resposta imunológica a infecção, ou seja protegendo o vacinado da doença em sua forma moderada/grave.
A vacina contra o rotavírus já faz parte do calendário básico de vacinação do Ministério da Saúde, a idade mínima para a administração da primeira dose é de 1 mês e 15 dias e a idade máxima é de 3 meses e 15 dias. A idade mínima para a administração da segunda dose é de 3 meses e 15 dias e a idade máxima é de 7 meses e vinte e 29 dias.
Não existe um tratamento específico para essa virose, sendo assim o tratamento para a infecção do rotavírus consiste basicamente em aliviar os sintomas ( como a administração de antitérmicos para controle da febre e repouso) e garantir que a criança não fique desidratada.
Quanto ao controle da desidratação, os pais devem oferecer muita água, chás, sucos de frutas e refeições leves como sopas e papinhas para assim garantir que a criança receba todas as vitaminas, nutrientes e sais minerais para que possa se recuperar. Ao administrar os alimentos ofereça em doses pequenas para que a criança não vomite logo após a ingestão.
Também é muito importante cuidar a higiene para diminuir o risco de infecção, ou seja, lavar bem as mãos após usar o banheiro e antes de preparar alimentos.
Os primeiros sinais de melhora geralmente se dão após o 5º dia dos primeiros sintomas quando os episódios de diarréia e vômito começam a diminuir e a criança começa a ficar mais ativa.
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