Os corantes alimentícios são substâncias amplamente utilizadas na indústria de alimentos para tornar os produtos mais atraentes visualmente. No entanto, estudos mostram que esses aditivos podem apresentar riscos à saúde, especialmente quando consumidos em excesso. Neste post, exploraremos os perigos dos corantes nos alimentos, seus efeitos no organismo e como reduzir sua ingestão no dia a dia.
O que são corantes alimentícios?

Os corantes alimentícios são substâncias químicas utilizadas para dar ou intensificar a cor dos alimentos e bebidas. Eles podem ser de origem natural, extraídos de plantas, minerais e até de insetos, ou artificiais, sendo sintetizados em laboratório. Os corantes artificiais são os mais comuns e costumam ser mais baratos e estáveis, mas também são os mais associados a problemas de saúde.
Os corantes artificiais mais utilizados incluem:
- Tartrazina (Amarelo 5) – presente em refrigerantes, doces e salgadinhos (como Doritos, Torcida, etc), caldos de galinha, sopas, molhos, produtos de panificação, cosméticos, detergentes, produtos de limpeza.
- Amarelo Crepúsculo (Amarelo 6) – encontrado em sucos artificiais, cereais matinais, bolinhos industrializados, refrigerantes, sucos em pó, energéticos, geléias e gelatinas.
- Azul Brilhante (Azul 1) – usado em confeitos, balas de goma, chicletes, chocolates como M&Ms, gelatinas e bebidas coloridas.
- Vermelho 40 – presente em bebidas, bolos industrializados, snacks, balas da marca Finn, chocolates M&Ms, chicletes, sucos em pó, etc.
- Vermelho 3 ( Eritrosina) – presente em confeitos granulados, balas, cerejas em calda, gelatinas, pirulitos, salsicha, pedaços de bacon, picolés, etc.
Os riscos dos corantes artificiais para a saúde
Pesquisas indicam que o consumo excessivo de corantes artificiais pode estar associado a diversos problemas de saúde. Embora nem todos os efeitos sejam completamente compreendidos, há evidências suficientes para levantar preocupações.
1. Hiperatividade e problemas de comportamento em crianças
Um dos maiores debates sobre os corantes artificiais está relacionado ao impacto no comportamento infantil. Estudos sugerem que esses aditivos podem contribuir para sintomas de hiperatividade e déficit de atenção em crianças, especialmente aquelas que já apresentam sensibilidade a aditivos químicos.
Uma pesquisa publicada pela revista The Lancet indicou que crianças que consumiam regularmente alimentos com corantes apresentavam maior impulsividade e dificuldades de concentração. Isso levou países como o Reino Unido a restringirem o uso de determinados corantes.
2. Reações alérgicas e intolerâncias
Algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas ou intolerâncias a corantes artificiais. A tartrazina, por exemplo, pode desencadear sintomas como urticária, inchaço e problemas respiratórios em indivíduos sensíveis como broncoespamos, bronquite e rinite. Pessoas com asma ou intolerância a salicilatos (como o ácido acetilsalícilico) podem ser mais suscetíveis a essas reações.
3. Riscos para o sistema digestivo e metabólico
Os corantes artificiais podem interferir no funcionamento do sistema digestivo e no metabolismo. Alguns estudos indicam que esses aditivos podem afetar a microbiota intestinal, prejudicando o equilíbrio das bactérias benéficas do intestino e contribuindo para inflamações e problemas gastrointestinais.
4. Possível relação com câncer
Embora ainda sejam necessários mais estudos para comprovar uma relação direta, algumas pesquisas apontam que certos corantes artificiais podem estar associados a um maior risco de desenvolvimento de câncer. O corante Vermelho 3 (Eritrosina), por exemplo, foi associado a tumores em estudos realizados com animais, portanto esse ano de 2025 ele foi proibido nos EUA, seguindo exemplo de outros países que já restringiram ou proibiram seu uso como Austrália, União Européia e Japão.
Diante dessas preocupações, alguns países já proibiram ou reduziram o uso de determinados corantes artificiais, enquanto outros mantêm regulamentações mais flexíveis.
Como reduzir o consumo de corantes na alimentação?
Diante dos possíveis riscos, muitas pessoas têm buscado alternativas para reduzir a ingestão de corantes artificiais. Aqui estão algumas estratégias eficazes:
1. Ler os rótulos dos alimentos, medicamentos e cosméticos
A melhor forma de evitar corantes artificiais é se atentar à lista de ingredientes nos rótulos e aqui fica uma ressalva importante de não ler apenas rótulos de alimentos mas de medicações, suplementos infantis e cosméticos pois dentro da gama de produtos infantis é muito comum a utilização de corantes para conferir cor aos sabores artificiais colocados nos produtos.
Os corantes são identificados por nomes específicos ou códigos, como Tartrazina (INS 102) e Vermelho 40 (INS 129). Se um produto contém muitos aditivos artificiais, é recomendável optar por uma versão mais natural.
2. Priorizar alimentos naturais
Alimentos naturais como frutas, vegetais e grãos integrais não contêm corantes artificiais e oferecem benefícios nutricionais superiores. Optar por uma alimentação mais fresca e caseira reduz significativamente a exposição a esses aditivos.
Existem estudos científicos alertando sobre a presença de TARTRAZINA em diversos medicamentos como: dipirona sódica, paracetamol, cloridrato de benzidamina, brofeniramina, fenilefrina, dropropizina clodidrato de defenidramina.
Cuidado na hora de adquirir medicamentos com sabor, pois geralmente eles conferem cor aos produtos aromatizados. Opte pelas opções sem sabor.
3. Escolher produtos com corantes naturais
Se for necessário consumir alimentos industrializados, prefira aqueles que utilizam corantes naturais. Alguns exemplos incluem:
- Urucum (Bixina e Norbixina) – usado para dar tons alaranjados.
- Beterraba (Betalaína) – fornece cores avermelhadas.
- Cúrcuma (Curcumina) – dá um tom amarelo vibrante.
4. Preparar alimentos caseiros
Uma das melhores formas de controlar a ingestão de corantes é preparando alimentos em casa. Sorvetes, sucos e bolos podem ser feitos com ingredientes naturais, garantindo sabor e cor sem riscos à saúde.
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Os corantes artificiais são amplamente utilizados na indústria alimentícia, mas estudos sugerem que seu consumo excessivo pode trazer riscos à saúde, incluindo hiperatividade em crianças, reações alérgicas e até mesmo potencial carcinogênico. Para minimizar esses impactos, é essencial ler rótulos, escolher alimentos naturais e priorizar o consumo de produtos sem aditivos artificiais. Pequenas mudanças na alimentação podem fazer uma grande diferença para a saúde a longo prazo.