A placenta é um órgão que se forma durante a gestação, sua principal função é promover oxigênio e nutrientes para o bebê através da troca de sangue com a mãe, durante todo o seu desenvolvimento intrauterino e também produzir hormônios que são importantes para a manutenção da gravidez. Ela começa a se formar já nos primeiros dias após a implantação do embrião no útero, e é constituída pelas células tanto do útero quanto do bebê, possuindo duas faces, uma que fica inserida a parede do útero ligada por vários vasos sanguíneos maternos e outra voltada para a feto, conectada ao cordão umbilical, agindo então como comunicação entre mãe e bebê através da circulação sangüínea. O crescimento da placenta é rápido, por volta da 12ª semana de gestação ela já está completa mas ainda segue crescendo, no terceiro trimestre ela chega a atingir em média 22cm de diâmetro e 0,5kg de peso.
A placenta após o nascimento do bebê perde sua utilidade portanto ela é eliminada após o parto, seja cesárea ou normal. No parto normal, a saída completa da placenta pode demorar de 30 minutos a 1 hora, enquanto que na cesárea, o médico retira a placenta da mesma forma que retirou o bebê.
Entendemos um pouco sobre a importância e funcionamento da placenta para a vida do bebê, agora vamos falar um pouco sobre placenta prévia.
A placenta deve estar localizada na parte posterior alta, oposta ao colo do útero, que é local por onde o bebê passa na hora do parto normal. Mas em alguns casos a placenta pode estar mal posicionada no útero, que é o que chamamos de placenta prévia, quando ela provoca o bloqueio parcial ou total do colo do útero.
A placenta pode se mover conforme a gestação avança e o útero cresce, ela pode acabar “subindo” principalmente nos casos de placenta baixa, placenta prévia marginal e placenta prévia parcial. Porém ela tem até o início do terceiro trimestre para fazer essa mudança de posição, saindo da parte baixa e indo para o topo do útero, de forma que libere a saída do colo do útero, se ela não “subir” nesses casos é constatado que ela não vai mais mudar de posição.
Na verdade, a placenta não fica fixa em uma localização única durante toda a gravidez. Conforme o útero e a própria placenta crescem, a sua posição costuma mudar. Sendo assim uma gestante pode ter placenta prévia durante as fases iniciais da gravidez, mas chegar ao terceiro trimestre com a placenta localizada mais acima, sem risco de obstruir a saída do útero. Contundo quanto mais tempo a placenta permanece com inserção baixa, mais difícil é de ela subir e portanto mais riscos há de obstruir a saída do útero no fim da gestação.
Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 15ª e 19ª semanas de gestação, apenas 12% permanecem como placenta prévia até o momento do parto.
Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 20ª e 23ª semanas de gestação, apenas 34% permanecem como PP até o momento do parto.
Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 24ª e 27ª semanas de gestação, 49% permanecem como PP até o momento do parto.
Dentre as placentas que ainda apresentam inserção baixa entre a 28ª e 31ª semanas de gestação, 62% permanecem como PP até o momento do parto.
Dentre as placentas que ainda apresentam inserção baixa entre a 32ª e 35ª semanas de gestação, 73% permanecem como PP até o momento do parto.
Portanto, um diagnóstico de placenta prévia no início do 2º trimestre de gestação tem um significado diferente do diagnóstico de placenta prévia ao final do 3º trimestre. Enquanto a maioria das mulheres com implantação baixa da placenta no inicio da gravidez não terão placenta prévia ao final, apenas uma minoria delas com inserção baixa no terceiro trimestre chegarão ao parto com a saída do útero livre.
(Dados: MdSaúde)
Aproveite e confira:
Na maioria dos casos a placenta prévia é assintomática, mas geralmente na segunda metade da gravidez os primeiros sintomas da placenta prévia começam a surgir, principalmente nas mulheres que apresentam ainda a placenta com inserção baixa no segundo trimestre. Nestes casos 80% das gestantes apresentam pelo menos 1 caso de sangramento vermelho-vivo vaginal indolor. Entre as gestantes que tem sangramento, 30% ocorre antes das 30 semanas de gestação, 30% entre as 31 e 36 semanas da gestação e 30% entre a 36º até o momento do parto. Apenas 10% das gestantes não apresentam sangramento ao longo de toda a gestação.
O volume do sangramento pode ser pequeno tipo uma borra ou grande como uma menstruação. Em geral, o sangramento pára espontaneamente, sem a necessidade de nenhum tratamento específico. No entanto, ele pode retornar dias ou semanas depois. Quando isso ocorrer comunique o médico que está acompanhando seu pré-natal e dirija-se ao hospital imediatamente para ser examinada.
A principal complicação da placenta prévia é a hemorragia, que pode surgir antes, durante ou após o parto. A perda de sangue pode ser muito volumosa colocando a vida da gestante e do bebê em risco.
Outra complicação é que as gestantes que têm placenta prévia também são mais propensas a terem uma placenta que implanta-se muito profundamente ao útero e acaba por não descolar facilmente na hora do parto, chamada de placenta ACRETA. Nesses casos o risco de sangramento maciço é muito alto e pode inclusive exigir uma histerectomia (remoção cirúrgica do útero) para controlá-lo na hora do parto.
O diagnóstico da placenta prévia é feito através de um exame de ultrassonografia obstétrica, geralmente esse achado ocorre por volta da 10º a 20º semana de gestação. A placenta prévia não tem “cura” mas o seu desencadeamento dependerá da gestação em si, podendo haver mudanças ao longo da gestação.
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