A palavra eclâmpsia deriva de uma palavra grega eklampsis que significa explosão. E é exatamente isso que ocorre com o organismo da gestante, ele “explode”, ou seja, a pressão se eleva a tal ponto que o corpo entra em colapso.
Essa situação é exclusiva da gestação e tem causas ainda desconhecidas. O fato é que a pressão sobe subitamente podendo provocar edema cerebral, convulsão, e até mesmo levar a gestante ao coma.
Para entender melhor o que ocorre no organismo da gestante que acarreta na pressão elevada, precisamos entender como nosso organismo entende a gestação: quando estamos grávidas nosso corpo entende que o crescimento do feto dentro do útero da mulher é um ser geneticamente diferente, afinal ele herdou metade dos genes do pai.
No geral nosso corpo não rejeita o feto porque acaba por desenvolver mecanismos imunológicos para protegê-lo. Mas em alguns casos o corpo libera proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante, e essa resposta acaba por agredir as paredes dos vasos sanguíneos causando uma vasoconstrição e aumento da pressão arterial.
Por isso a importância do pré-natal pois a melhor oportunidade de evitar uma situação tão extrema é no estágio precoce que se chama pré-eclampsia. Sendo descoberta a tempo pode ser controlada, quando mais cedo ser diagnosticado mais chances há de tratamento e consequentemente de sucesso.
Ela acomete cerca de 5% a 10% das gestantes e geralmente se manifesta por volta da 20º semana de gestação.
Os principais sintomas da pré-eclâmpsia são:
- pressão arterial elevada;
- edema nas mãos (os anéis podem não caber mais nos dedos) ou na face;
- edema (inchaço) nos membros inferiores;
- perda de proteína na urina;
- aumento exagerado do peso corpóreo;
- dor de cabeça.
OBS: Importante ter ciência que ela também pode ser assintomática.
Sintomas da pré-eclâmpsia GRAVE:
- Dor de cabeça intensa;
- Distúrbios visuais;
- Confusão;
- Dor abdominal no epigástrico ou no hipocôndrio direito;
- Náuseas e/ou vômitos;
- Dispnéia;
- Acidente vascular cerebral (raramente).
Por conta dessa resposta do organismo em relação ao feto, o fluxo de sangue para o bebê fica comprometido, e consequentemente a criança recebe alimento insuficiente para seu desenvolvimento, podendo levar a uma restrição do crescimento fetal ou a morte do bebê, por isso é muito comum precisar ser realizado um parto antes da data prevista, no caso um parto emergencial para salvar o bebê e a mamãe.
Mas infelizmente esse quadro pode piorar, quando ocorre uma alteração na coagulação sanguínea que acaba por provocar um descolamento prematuro da placenta, que pode desencadear uma hemorragia e também requerer um parto de emergência, independente das semanas de gestação.
Portanto resumindo a Pré-eclâmpsia é o surgimento da hipertensão e proteinúria após 20 semanas de gestação enquanto a Eclâmpsia é a ocorrência de convulsões generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré-eclâmpsia.
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Fatores de risco que podem desencadear a pré-eclampsia:
O diagnóstico de eclâmpsia é estabelecido com base nos níveis elevados da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina. Alguns fatores de risco:
- Hipertensão arterial sistêmica crônica;
- Primeira gestação;
- Diabetes preexistentes ou gestacional;
- Lúpus;
- Obesidade;
- Disturbios vasculares;
- Histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas;
- Gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
- Gestação gemelar;
- Distúrbios trombóticos.
Tratamento e Prevenção
A melhor forma de prevenção é fazer o pré-natal corretamente de forma bem criteriosa principalmente se houver fatores de risco que podem desencadear a doença e após diagnosticado a pré-eclâmpsia é necessário controlar de forma que ela não evolua para a eclâmpsia (evolução mais grave da doença).
Uma vez que a gestante seja diagnosticada com pré-eclâmpsia ela precisa ficar em repouso, fazer a medição da pressão arterial frequentemente e adotar uma dieta com pouco sal.
Nos quadros mais graves de eclâmpsia são administrados medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivante, que podem exigir a antecipação do parto.
Após o parto, com a retirada da placenta a doença tende a regredir espontâneamente.
Uma boa notícia é que chegou ao Brasil um exame PIGF (Placental Grown Factor) que promete prever o risco de pré-eclâmpsia antes dos primeiros sintomas surgirem. É coletado uma amostra de sangue entre a nona e décima quarta semana da gestação (de preferência na décima) e a partir dessa amostra os cientistas analisam os níveis de PIGF, um marcador bioquímico que pode ser indicativo da doença, sendo associados a outros fatores de risco como obesidade, pressão arterial, histórico familiar e Doppler das artérias uterinas, um software faz todo o trabalho de calcular a porcentagem de risco da gestante ter pré-eclâmpsia.
Esse exame estará disponível na rede particular das principais capitais do país e seu preço ainda não está definido. Uma vez que o diagnóstico de alto risco de desenvolver a pré-eclâmpsia fica definido, uma forma de frear o avanço do problema é tomando doses de ácido acetilsalicílico de acordo com a orientação médica, pois esse remédio funciona como um vasodilatador, melhorando a circulação sanguínea na gestante, impedindo assim a vasoconstrição, segundo um artigo publicado na Scielo: http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpmgf/v33n2/v33n2a04.pdf
Foi um tema extremamente importante aprender muito coisa com esse tema