A prolactina é um hormônio produzido pela glândula hipófise que se localiza em nosso cérebro e ela é responsável por estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias na mulher.
No geral esse hormônio fica inibido por meio da dopamina que é um neurotransmissor cerebral produzido pelo hipotálamo, também localizado no cérebro.
Para verificar os níveis desse hormônio no sangue, é realizado um exame de sangue e através dos resultados dos valores de referência é possível averiguar como está o nível de prolactina no sangue. Esse exame é solicitado na gestação para saber se as glândulas mamárias estão sendo devidamente estimuladas para produzir quantidades adequadas de leite materno. Também é realizado esse exame em homens e mulheres no geral para investigar alguma disfunção erétil ou infertilidade.
Os valores de referência da prolactina são:
- Mulheres não grávidas e fora do período de amamentação: 2,8 a 29,2 ng/mL;
- Mulheres grávidas: 9,7 a 208,5 ng/mL;
- Mulheres pós menopausa: 1,8 a 20,3 ng/mL;
- Homens: abaixo de 20 ng/mL.
Se o valor de prolactina estiver acima de 100ng/mL e você não estiver grávida nem amamentando é preciso estar atenta sendo necessário investigar, pois pode ser sinal de algum tumor. Caso os valores dêem acima de 250ng/ml trata-se de um tumor maior. Também é muito comum de medicações interferirem na ação do neurotransmissor e podem causar o aumento da prolactina no sangue.
Hiperprolactinemia
A Hiperprolactinemia é a alteração endócrinas mais comum do eixo hipotálamo-hipófise, ou seja, é o excesso de prolactina no sangue. Acomete geralmente 0,4% da população em geral e é mais comum em mulheres. Geralmente é uma causa comum da ausência de menstruação nas mulheres. E pode ser causada por alterações fisiológicas, por uso de medicações ou por outras doenças.
- Alterações Fisiológicas: o excesso de prolactina no sangue é causado por alterações fisiológicas como a gravidez ou a amamentação. O estresse também pode ocasionar esse tipo de alteração, podendo elevar os valores de prolactina. Também é comum que próximo ao período menstrual, a mulher observe um ligeiro aumento na concentração de prolactina no sangue, o que também é considerado normal;
- Por conta de medicações: muitas medicações podem induzir o aumento de prolactina no sangue, como: antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos, opióides para a dor, remédios de sistema gastrointestinal são os remédios que mais influenciam nos níveis de prolactina. Alguns exemplos: haloperidol, risperidona, olanzapina, metoclopramida, metildopa, verapamil, codeína e morfina. Em geral os valores ficam alterados ente 25 a 100ng/ml exceto com risperidona que os valores podem alterar até os 200ng/ml;
- Por contas de outras doenças: a alteração de prolactina no sangue, também pode ser causada por outras doenças como tumores benignos conhecidos como prolactinomas, os mais comuns são os tumores hipofisários. Quando isso ocorre os valores de prolactina são bem altos podendo chegar até a 50000ng/mL. Em geral esse diagnóstico é mais comum em mulheres na idade entre 20 e 40 anos do que em homens.
- Outra causa da alteração do exame de prolactina é o Hipotireoidismo;
- O excesso da prática de atividade física intensa também pode ocasionar alterações;
- Comum em mulheres a síndrome do ovário policístico, pode estar relacionado a níveis elevados de prolactina no sangue.
Quais os sintomas da prolactina alta no sangue:
- O principal sintoma é a galactorreia, ou seja, secreção de leite nas mamas, podendo ocorrer tanto em mulheres quanto em homens;
- Outro sintoma muito comum em mulheres é a ausência da ovulação, portanto a mulher tem ausência ou diminuição da menstruação;
- Dificuldade para engravidar (infertilidade);
- Dispareunia (dor durante o ato sexual)
- Disfunção erétil em homens;
- Redução de desejo sexual;
- Aumento das mamas (ginecomastia), nos homens;
- Alterações visuais e dor de cabeça, ocasionados pelo tamanho do tumor, que pode acabar ocupando muito espaço e acabar afetando a visão do portador.
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Prolactina baixa
Os valores de prolactina também podem estar abaixo do esperado, como consequência do uso de medicamentos, ou simplesmente por uma disfunção da glândula relacionada com a produção hormonal, nesses casos o médico irá recomendar medidas que ajudem no aumento desse hormônio no sangue. No geral os valores de prolactina baixa não causas de preocupação, exceto quando verificada durante a gestação, que está ligada a produção do leite materno, nesses casos o médico pode indicar medidas para estimular a produção de prolactina para que haja aumento na produção do leite materno.
Prolactina e a fertilidade masculina
Como visto ao longo do texto, é comum que altos níveis de prolactina no homem provoquem alterações em seu sistema reprodutor masculino. Isso inclui, por exemplo, a diminuição da libido, a dificuldade de ereção, e até a diminuição na produção de espermatozóides. E tudo isso acaba afetando a fertilidade masculina e consequentemente dificultando a busca de uma gravidez pelo casal. Por isso é muito importante que antes do casal iniciar as tentativas para engravidar, façam um check-up em ambos ( homem e mulher) para averiguar se todos os parâmetros estão normais, e caso haja alguma alteração é possível tratar antes de iniciar o processo de engravidar.