O “teste do pezinho” tem um nome original feio na minha opinião, ele se chama “Triagem Neonatal”. Mas apesar do seu nome parecer uma triagem de “bons e maus” bebês, o “Teste do pezinho” é muito importante para todo bebê recém-nascido.
Ele é gratuito na rede pública desde 2001 e pode identificar até 46 doenças dependendo do exame. Sim, ele tem variações. Alguns laboratórios particulares oferecem exames mais completos, e por isso você deve se informar no hospital-maternidade, com seu obstetra, doula ou Posto de Saúde mais próximo, quais são as doenças que o teste disponível poderá identificar.
Aqui no Brasil (pode variar conforme Estado) o Teste do Pezinho tradicional pode identificar:
- Hipotireoidismo congênito
- Hiperplasia congênita da supra-renal
- Deficiência de biotionidase
- Fenilcetonúria
- Anemia Falciforme
- Fibrose cística
A escolha porém de um teste ampliado ou expandido (a nomenclatura também muda conforme laboratório) no recém-nascido deve ser orientada pelo médico que acompanha a gestação ou o pediatra do bebê, que irá considerar o histórico familiar, as doenças mais comuns na localidade e a própria gestação da mãe.
Além das doenças acima, os testes mais completos também podem identificar doenças como:
- Galactosemia
- Toxoplasmose Congênita
- Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase
- Doença do citomegalovírus congênita
- Doença de chagas congênita
- Sífilis congênita
- Aids
- Rubéola congênita
- Herpes congênita
Como se pode ver, ele é muito importante e pode salvar a vida do bebê recém-nascido, pois os mesmos receberão o tratamento necessário desde os primeiros dias de vida.
O procedimento é simples, feito na primeira semana de vida do bebê, e após ele ter iniciado sua alimentação a base de leite. É retirado algumas gotas do calcanhar do bebê (aonde possui mais vasos sanguíneos) e coletado em um cartão específico para o teste.
Nessa hora, todas as mães fecham os olhos, viram o rosto e fazem de tudo para não ver seus pequenos sofrerem com a picadinha, não é mesmo? Mas é importante saber que até mesmo a forma de coletar o sangue é protocolada para evitar resultados errados ou repetição do mesmo por erro no momento da coleta.
Por falar em resultados, o laboratório ou posto de saúde é orientado a ligarem para os pais caso o resultado tenha dado positivo para alguma dessas doenças, e nestes casos a repetição do exame pode ser sugerida pelo laboratório ou médico.
Se não ligarem, ainda assim é necessário buscar o exame e mantê-lo junto com os demais documentos e resultados de exames do bebê recém-nascido para apresentar ao pediatra na próxima visita de rotina.
O teste é rápido, não é necessário fazer nenhum tipo de preparo, mas é recomendável que o bebê tenha amamentado nas últimas horas, pois a presença do leite no organismo pode evidenciar alguma doença, como a galactosemia, que é a incapacidade do organismo de transformar a galactose em glicose. Até mesmo a suspensão do leite materno poderá ser aconselhada dependendo do resultado deste exame e a reposição de cálcio por consequência.
E o mais incrível é que o Brasil é o segundo país no mundo com a incidência de casos de Galactosemia. Como é uma doença hereditária, quanto mais casos houverem na família, maior a probabilidade do bebê desenvolver essa doença, que se não tratada pode comprometer o desenvolvimento mental do bebê.
Não resta dúvidas que ele é importante, então não deixemos de divulgar esse post para as futuras mamães se interarem do assunto e questionarem ao seu médico se elas devem procurar ou não um teste do pezinho ampliado e qual o teste a maternidade que elas escolheram aplica. Se elas não escolheram a maternidade, tá aqui outra super dica para esta tarefa!