Para quem, independentemente do espaço disponível no imóvel, não abre mão de uma área bem planejada para lavar roupas quando desejar, a arquiteta Marina Carvalho compartilha os segredos que utiliza em seus projetos
Por geralmente se tratar um ambiente compacto, a área de serviço necessita de soluções criativas. Neste projeto, a arquiteta Marina Carvalho utilizou marcenaria planejada e os revestimentos claros, acompanhando as referências da cozinha, para ganhar a sensação de amplitude | Fotos: Evelyn Müller
Ambiente fundamental em qualquer casa ou apartamento, a área de serviço auxilia nas tarefas da lavagem e secagem de roupas, limpeza de calçados, além de ser um suporte na organização e higienização do lar. Mesmo com a expansão de empreendimentos imobiliários que dispõe de lavanderias comunitárias, a opção de ter o seu próprio local em casa segue como sinônimo de conforto e uma certa dose de privacidade. Independentemente do tamanho da casa ou apartamento, elas costumam ser pouco lembradas ou deixadas em segundo plano nos projetos de reforma, entretanto, um bom planejamento é reflexo de praticidade na vida dos moradores.
A primeira medida para se ter uma área de serviço é pensar na rotina e expectativas para executar um layout funcional e que atenda todas as demandas. Para tanto, é necessário analisar a planta do imóvel, os pontos focais, a integração com outros ambientes e desenvolver uma marcenaria com soluções. “A lista é bastante considerável. Para uma lavanderia primorosa, precisamos considerar os pontos de elétrica, hidráulica e gás, avaliar os pontos de acesso, valorizar a ventilação natural que chega por meio das janelas e trabalhar com medidas exatas. Esse contexto faz a diferença e mitiga qualquer dor de cabeça ou insatisfação no futuro”, relata a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva o seu nome. Além da ventilação, ela ainda ressalta que a iluminação contribui para o conforto dos usuários.
O mais recomendado é projetar este espaço perto da cozinha, de forma a facilitar nas tarefas relacionadas à limpeza e serviços gerais da residência. Nesse contexto, apartamentos costumam dispor a planta baixa com os ambientes integrados. “Como sabemos que aromas e gorduras podem impregnar as roupas dispostas no varal, geralmente adotamos uma divisória. Sempre dou preferência para o vidro fosco, que não interferirá na iluminação natural da cozinha”, compartilha Marina. E para aprimorar o ambiente, a arquiteta recomenda a utilização de cuba introduzida na bancada de pedra e lavadora com abertura frontal. “Embutida, a parte superior do projeto fica disponível para o morador dobrar roupas e exercer outras atividades”, complementa.
A posição da janela influencia diretamente na iluminação e ventilação natural na lavanderia: para um bom resultado, ela deve ter uma área mínima igual a 1/6 em relação espaço do cômodo. Junto com o clima agradável e de bem-estar, roupas secas de forma rápida e sem o cheiro incômodo de uma peça de roupa que demorou muito no varal, essa equação gera economia nos gastos com energia elétrica e a manutenção dos eletrodomésticos. “Com luz e sem umidade excessiva, menor o risco de enferrujar a máquina de lavar”, considera Marina.
Aproveite e confira:
Como a área da lavanderia é um local que está frequentemente em contato com a água, materiais como porcelanato e cerâmica são as melhores opções para o revestimento de pisos e paredes. Ainda no caso do chão, recomenda-se priorizar modelos antiderrapantes, evitando acidentes decorrentes de quedas. A facilidade de limpeza precisa ser igualmente considerada como um dos atributos de escolha, já que o ambiente requer higienização e manutenção frequente.
Ainda no capítulo revestimento, a área de serviço pode acompanhar os materiais especificados na cozinha e, no tocante às paredes, a decoração pode exaltar formatos menores, como o subway tile e modelos em dimensões como o 10 x 10 cm. E as cores fazem a diferença! Por comumente se tratar de áreas menores – na comparação com os demais cômodos da casa –, tons mais claros nos materiais como revestimentos e marcenaria são excelentes estratégias para remeter às sensações de organização, limpeza e abrangência.
A regra da marcenaria planejada é: quanto mais fluída e bem aproveitada for, melhor será para a vida de quem a utilizará. Nesse preceito, além de embutir a máquina lava e seca, vale também prever armários que podem receber roupas que serão passadas, bem como produtos e outros itens de limpeza.
Por último, mas não menos essencial, o varal é elemento primordial em qualquer lavanderia. De teto, sanfonado com fixação na parede ou a versão móvel de chão são as opções para secar roupas em casa. Mas, para definir o varal ideal, o profissional de arquitetura sempre busca saber a rotina e a estrutura prévia do morador. “Para definir, eu procuro apurar quantas vezes por semana meus clientes costumam lavar roupas, bem como o modelo de máquina. Se o eletrodoméstico centrifuga as roupas ou até realiza a secagem, tudo isso influi na dinâmica”, enumera arquiteta.
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